ITAPETINGA – Família consegue cirurgia para bebê com fissura labiopalatina

Os pais, Gessiane e Osmar Silva, com a pequena Ester: esperança renovada
Imagem: Acervo da família

Depois de uma campanha que alcançou as redes sociais a pequena Ester Silva Dias, de sete meses, finalmente deverá ser operada. A data ainda não foi definida. Os pais da criança, que moram em Itapetinga, no sudoeste da Bahia, a 560 km de Salvador, lançou a campanha na internet para conseguir uma cirurgia para a criança, que nasceu com um dos tipos mais complexos de fissura labiopalatina.


Trata-se de uma anomalia congênita que tem origem no desenvolvimento incompleto do lábio e do palato (céu da boca) durante a gestação do bebê.

Assim que a cirurgia foi anunciada, a família suspendeu a campanha de arrecadação e agradeceu a todos que ajudaram, compartilharam e doaram para a pequena Ester. 

“Estamos parando com a campanha em prol das cirurgias.Como é do conhecimento de todos,ela irá precisar de um tratamento multidisciplinar,envolvendo muitos profissionais da saúde e de várias cirurgias reparadoras ao longo da vida,esse tratamento envolve muito dinheiro,e não teríamos como fazer tudo isso particular”, informou a mão, Gessiane Silva Sá.

A cirurgia é ofertada pelo SUS, mas até então a família enfrentava burocracia e corria contra o tempo. Uma reportagem do Sudoeste Digital (RELEMBRE AQUIajudou a acelerar a resposta do SUS. “Nos foi ofertada a oportunidade de fazer as cirurgias. Pedimos a todos que entendam o desespero de uma família em busca do melhor tratamento para sua filha”, desabafou a mãe.

SOBRE A ANOMALIA

Também chamada de lábio leporino ou fenda palatina, a fissura labiopalatal está entre as anomalias mais comuns em bebês recém-nascidos. Essas malformações alteram a anatomia normal, podendo interferir na fala, na audição, na deglutição, na respiração e nos dentes. No Brasil, a proporção é de uma para cada 650 nascimentos. O problema afeta mais de 230 mil brasileiros.

Segundo a mãe da criança, o caso de Ester é mais severo e raro, já que, além de ter uma grande abertura desde o lábio até o nariz, há a ausência do osso nasal, o que poderia indicar a existência de síndromes e problemas neurológicos.

Inicialmente Ester foi assistida pela Secretaria de Saúde do município e passou por um hospital de referência em Salvador. Conforme informações do Ministério da Saúde, no país existem 28 hospitais credenciados no Sistema Único de Saúde para realização de procedimentos integrados para reabilitação estético-funcional dos portadores de má-formação labiopalatal.

No entanto, devido à complexidade dos procedimentos aos quais Ester precisa ser submetida, os pais da criança decidiram pedir ajuda nas redes sociais. 

A intenção era a de angariar recursos para custear o tratamento em Porto Alegre-RS, onde um cirurgião plástico, que é referência mundial em cirurgia crâniomaxilofacial, tem obtido excelentes resultados em casos semelhantes. A campanha arrecadou R$892,00. A família deve destinar o valor a uma entidade filantrópica.

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Gessiane faz parte de um grupo de WhatsApp em que mães de diversos lugares do país compartilham informações sobre os caminhos percorridos na busca por esse tipo de cirurgia e as principais dificuldades encontradas. Foi através do aplicativo que ela passou a compreender melhor o assunto e a conhecer as possibilidades de tratamento.

Desde que descobriu o problema no sexto mês de gestação, Gessiane tem lutado contra o medo e o desespero que são inevitáveis para uma mãe que não consegue pôr fim ao sofrimento da filha. 

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