“A cultura na cidade de Itapetinga há tempos pede socorro, visto que o secretário Jailson Santana tem demonstrado que não tem qualquer interesse e competências técnicas em operacionalizar uma política cultural no município”, diz o trecho de um documento assinado por artistas locais enviada à imprensa, a que o Sudoeste Digital teve acesso.
De acordo com os artistas, desde que assumiu a secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, o secretário “sequer elaborou um plano municipal de cultura ou tentou dialogar com os agentes culturais, deixando artistas, segmentos culturais e tradições a margem do esquecimento sem nenhum apoio”. A reportagem tenta contato com Jailson Santana.
Sem poupar o gestor, os artistas sustentam que o secretário ficou conhecido por transformar a Secretaria de Cultura em uma espécie de “batalhão do esporte”, com sete servidores somente para tratar de assuntos relacionados ao esporte e que a única funcionária que estava responsável pela pasta da cultura, Edinajara Cardoso, pediu exoneração. Segundo ela, a pasta não acatou o pedido e a manteve na função.
“A secretaria, na condução de Jailson Santana, tem se mostrado um verdadeiro desastre, sendo que essa servidora é a segunda na direção de Cultura que não consegue permanecer na pasta, por não querer permanecer, pela forma arbitraria e autoritária do secretário”, disparou o vice-presidente do Conselho de Politicas Culturais de Itapetinga, Luciano Di Maria.
O vice-presidente disse que o fato se evidenciou em 4 de maio, quando o secretario, “em uma manobra desesperada, tentou impedir a realização da eleição da diretoria do Conselho de Políticas Culturais de Itapetinga”. Di Maria frala que a tentativa não obteve êxito e que a votação ocorreu, com a nova diretoria eleita.
“Agora segue por vias judiciais para que o prefeito de Itapetinga (Rodrigo Hagge-MDB) publique a portaria, nomeando a diretoria eleita, pois o secretario se recusa em enviar ofício à Prefeitura solicitando a nomeação da nova diretoria”, completou.
“Assim como a cultura pede socorro, o museu de Itapetinga, que se encontra há mais de dois anos fechado, mesmo com dotação orçamentaria aprovada de mais de R$ 103 mil reais. Enquanto isso a história e a memória de Itapetinga estão se acabando sob a ação do sol e da chuva em uma sala no estádio municipal”, reclamou. “É um absurdo vermos a cultura em Itapetinga entregue nas mãos de alguém que não sabe o valor imaterial de se preservar os saberes e fazeres de um povo”, concluiu.