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Uma guerra sem fim, que resultou em mais uma morte nessa quarta-feira, 31, deixa reféns centenas de moradores do Bairro Miro Cairo e adjacências, em Vitória da Conquista. As disputas são entre membros das facções TD2 e TD3; Bonde do Nem Bomba e Bonde do Neguinho, além da K2, do traficante Kiko.
De acordo com fontes de conjuntos habitacionais, além da comprovada atuação de traficantes no transporte clandestino em vans e veículos de passeio, os bandidos também “sugerem” aos moradores adquirirem gás de cozinha em locais indicados por eles.
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Jefferson (imagem) disse que o compara alegou que estaria sendo ameaçado por Admititri |
Em junho deste ano dois fatos reforçaram as investigações jornalísticas e as revelações de moradores dos bairros adjacentes.
Naquele mês, a prisão de Arenaldo Batista Alves, 40 anos, e a apreensão de um adolescente, de 17 anos tornaram pública a mais perigosa face do transporte clandestino de passageiros em em Vitória da Conquista: a infiltração de facções criminosas no comando de itinerários de vans, com utilização dos veículos também para cometimento de assaltos a pessoas, roubos de moto e transporte de drogas.
Foi apurado que uma linha de van tinha ligação com Willian Chaves de Souza Filho, 31 anos, o Nem Bomba, considerado pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP) um dos traficantes mais perigosos do estado. Líder do Bonde que leva o seu apelido, (BNB) ele é “8 de Ouros” do Baralho do Crime da Secretaria de Segurança Pública (SSP) e foi preso dia primeiro de setembro deste ano, por uma força-tarefa em Pernambuco. RELEMBRE AQUI E AQUI
Quatro dias depois, o assassinato de João Vítor da Silva, o “Feijão”, um dos três mortos na CHACINA num bar, no Bairro Cidade Maravilhosa, e que atuava como cobrador em linhas de vans clandestinas, abriu uma nova linha investigatória.
A revelação ampliou a linha de investigação policial sobre os motivos das mortes: além de acerto de contas a mando do tráfico de drogas, não está descartada a disputa por itinerários ou vingança do “Bonde da Van”.
CRIME MAIS RECENTE
Na disputa por pontos de vendas de drogas, vítimas tombam por disparos de armas de fogo, como foi o caso do motorista Admitri Ferreira dos Santos, 33 anos que – segundo os autores, presos minutos depois, era ligado ao tráfico e estaria ameaçando um dos matadores.
Conforme apurado pela polícia civil, Jefferson Alexandre Silva Santos, 29 anos e Vinícius da Silva Lima, 18, teriam matado Admitri por suposta ligação da vítima com uma facção rival. A vítima, que era lotado como motorista na Prefeitura de Conquista, não possuía passagens policiais.
Na fuga, os bandidos foram cercados pela PM e, numa troca de tiros, a guarnição revidou e atingiu Vinícius (imagem abaixo). Ele, que estava preso pelo crime de tráfico de drogas até o último dia 23 de outubro, foi encaminhado ao hospital não corre risco de vida.
Em depoimento na Delegacia de Homicídios, Jefferson disse que, decorrência da ‘guerra do tráfico’. Vinícius alegou que estaria sendo ameaçado por Admititri, daí a decisão de matá-lo.
Ao longo da sua larga experiência profissional, o delegado de polícia civil, Marcus Vinicius de Morais Oliveira, foi comedido ao se pronunciar sobre o caso. “No decorrer do prazo legal para conclusão do respectivo inquérito policial, será apurado por esta delegacia especializada se efetivamente a vítima era envolvida com o tráfico de drogas, se a motivação seria outra ou se houve erro na execução”.
Como providências, o delegado informou que foi lavrado auto de prisão em flagrante delito pelos crimes de homicídio duplamente qualificado em desfavor de Admitri, tentativa de homicídio duplamente qualificado, roubo majorado, associação ao tráfico de drogas e associação criminosa armada.
O delegado representou pela conversão da prisão em flagrante delito pela decretação da prisão preventiva de ambos; expediu guias de exame médico legal e de local de crime e prossegue com a realização de oitivas e diligências para confirmação do quanto alegado pelos autores e testemunhas.