A biomédica Mariana Harkbart (acima), responsável por um procedimento popularmente conhecido por “lipo de papada” em uma paciente, que chegou a estar em estado grave em Vitória da Conquista, continua oferecendo seus serviços em redes sociais. (VEJA AQUI) A reportagem do Sudoeste Digital entrou em contato com a profissional, por meio da rede instagram, mas até o momento não obteve retorno.
A situação envolveu uma paciente que precisou ser internada às pressas em após complicações graves durante o procedimento estético. O caso foi confirmado na segunda-feira (14) pelo Conselho Regional de Medicina da Bahia (Cremeb), que está acompanhando a denúncia.
“Lipo de papada”, também conhecido por “Lipoescultura”, consiste na retirada de gordura localizada da região do pescoço e no trans cirúrgico já enxertamos a gordura centrifugada em locais da face que precisam ter estímulos de colágeno e preenchimento, tais como queixo, lábios, malar, bigode chinês e outros sulcos da face.
A vítima teria sofrido lesões em vasos importantes na região do pescoço, comprometendo a respiração. O procedimento, tecnicamente chamado de lipoaspiração da região submentoniana, é popular por seu custo acessível, a partir de R$ 6 mil, embora o valor possa variar dependendo do local e do profissional.
A paciente foi levada em estado crítico para um hospital particular na última quinta-feira (10), onde ficou internada até segunda-feira (14).
A legislação vigente determina que apenas médicos treinados em áreas cirúrgicas podem realizar lipoaspiração. A Resolução 1711/2003 do Conselho Federal de Medicina estabelece essas diretrizes para garantir a segurança dos pacientes. Segundo o Cremeb, ainda não está claro se a paciente tinha ciência de que a biomédica não era autorizada a realizar tal procedimento.
Defesa da biomédica afirma que ela é habilitada para realizar o procedimento
Na segunda-feira, representantes do Cremeb visitaram o hospital onde a mulher esteve internada e coletaram informações para compor o prontuário da investigação. O conselho informou que denunciará a biomédica ao Ministério Público por exercício ilegal da medicina, falsidade ideológica e lesão corporal grave.
Em nota, a advogada da biomédica afirmou que ela é habilitada para realizar o procedimento e está prestando o suporte a cliente por mera liberalidade, além disso mantém o contato com a paciente, mesmo que as complicações do procedimento não sejam de responsabilidade da profissional já que ela é formada em Biomedicina na Universidade Pitágoras.
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) ainda não recebeu a denúncia formal sobre o ocorrido, segundo sua assessoria de comunicação.