INTOLERÂNCIA | HOSTILIZADOS, PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL PRECISAM DEIXAR INAUGURAÇÃO DO AEROPORTO GLAUBER ROCHA


Liberdade de expressão para quem? Nesta terça-feira, 23, o Aeroporto Glauber Rocha, obra pública, foi “inaugurado” para os 510 convidados, que ficaram dentro do prédio.

Enquanto a população, em sua maioria apoiadores das práticas anti-democráticas do atual presidente Jair Bolsonaro, assistia do lado de fora, na chuva, através de um telão.

O Sindicato do Magistério Municipal Público (SIMMP) esteve no local, junto com o fórum sindical e popular, e foi hostilizado pelos apoiadores do Presidente.

Enquanto o sindicato tentava levar as pautas da educação para o movimento, os presentes despejavam ódio.

“Volta para Cuba”, “vagabundas”, “vai trabalhar”, “já deu de mamar nas tetas do governo”, foram alguns dos insultos. Apesar disso, os manifestantes tentaram permanecer no local pacificamente, o que parece ter incomodado ainda mais os pró-Bolsonaro.

As diretoras do SIMMP estavam com chapéus de cangaceiro para representar o orgulho de serem nordestinas, no entanto, isso foi motivo de aumentar ainda mais as agressões.

A presidente do sindicato, Ana Cristina Novais, foi chamada de “fedorenta”, entre outros insultos direcionados ao fato de ser nordestina.

Parece que os que praticaram esse ato esqueceram-se do fato de estarem na Bahia, um dos maiores estados do Nordeste, em Vitória da Conquista, que apesar de ter uma temperatura diferente, faz parte do sertão!

Então sim, somos todos nordestinos e sertanejos, inaugurando uma obra feita com dinheiro público!

Ana Cristina Novais, acompanhada da assessoria

jurídica do SIMMP, prestou queixa no Disep.
Imagens: Ascom/SIMMP

Se isso tocou em alguma ferida, não é sabido, porém foi a desculpa usada para agredir também fisicamente a presidente do SIMMP, que ainda está debilitada, após cirurgia feita no tornozelo e utilizava muletas.

O exército conduziu Ana Cristina Novais para longe dos pró-Bolsonaro, acusando que seria melhor para a sua segurança, sugerindo que os demais manifestantes fizessem o mesmo.

A polícia do exército, porém, também encontrou os agressores! Logo após sair da inauguração, a presidente, junto à assessoria jurídica do SIMMP, se dirigiu até a Polícia Civil para prestar queixa.

Os demais manifestantes seguiram explanando as pautas da educação municipal em trio alugado. “Prefeito, cadê meu reajuste?” e as denúncias de falta de transporte para zona rural e merenda nas escolas seguiram sendo feitas fora dos tapumes reservados à população. | Ascom/Simmp


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