SUDOESTE DIGITAL (Da redação) – A história de pessoas honradas, trabalhadoras e alicerçadas em valores religiosos, morais e éticos, responsáveis pela geração de emprego e renda será elevada a um patamar oficial, graças à aprovação de um projeto de lei, de autoria do presidente da Câmara de Vereadores, Luís Carlos Dudé (UB), que institui o Dia dos Miguelenses no terrítório de Vitória da Conquista. A matéria foi aprovada na última sexta-feira (23). Ao justificar a iniciativa em homenagem ao povo egresso do município baiano de São Miguel das Matas, Dudé destacou que o projeto se traduz na importância de valorização e reconhecimento a todos os miguelenses.
A matéria aprovada aguarda a sanção da prefeita Sheila Lemos (UB), quando deve ser instituída a Semana Municipal dos Miguelenses e também o Dia Municipal dos Miguelenses, com data de comemoração no dia 29 de todo mês de setembro, como também toda a semana do dia 29.
“Em nossa terra (eles) encontraram acolhida e aqui firmaram suas raízes. ajudando no desenvolvimento da nossa joia do Sertão Baiano”. O autor do projeto observou que, em 2016 eram mais de 20 mil miguelenses residindo em Vitória da Conquista.
“Hoje esse número é muito maior e é sinal da força e da representatividade em nossa cidade”, pontuou. “Vitória da Conquista tem hoje mais miguelenses que a própria São Miguel das Matas”.
Sua população estimada em 2021 é de 11.733 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A relação amistosa entre os nativos de São Miguel das Matas e o povo conquistense remonta anos, desde a inserção dos primeiros miguelenses instalando seus comércios, notadamente de mercearias, identificados “facilmente” pela preferência em prédios de esquina.
Um dos que contaram parte dessa história foi o escritor e professor Durval Menezes, na obra “A República dos Miguelenses”. O livro destaca em minúcias a vida dos miguelenses residentes em Vitória da Conquista, enfatizando a contribuição que eles vêm dando ao desenvolvimento do município.
Histórico
A região do que um dia seria São Miguel das Matas foi primitivamente habitada pelos índios cariris, aldeados na fazenda Arco Verde, uma das principais ainda hoje existente, no atual município. Devido a localização da tribo, eram os indígenas denominados ″índios do arco verde″.
Presume-se que o desaparecimento dos silvícolas tenha ocorrido por volta de 1820.
Os primórdios de São Miguel das Matas datam do século XVIII, quando chegou ao local um senhor de nome Joaquim Tirana, adquirindo uma grande área de mata virgem. Posteriormente, o capitão Manoel dos Santos Ribeiro estabeleceu-se em frente a essa propriedade com um engenho de açúcar e rapadura, desenvolvendo aí a plantação de cana.
Surgiram outros moradores e logo foi construído um pequeno cemitério. O mesmo ocorreu com a capela, que foi inaugurada em 1802, tendo o arcanjo São Miguel como padroeiro.
Aumentou-se o número de edificações, contando-se, a partir daí, com os primeiros estabelecimentos comerciais. Estava definitivamente formada a povoação que, inicialmente, chamou-se São Miguel da Aldeia, pela sua proximidade da aldeia dos ″índios do arco verde″.
Desenvolveram-se também as culturas de mandioca, fumo e café, esta, introduzida e orientada, do plantio à colheita, pelo capelão de nome frei Félix, e que se tornou uma das principais riquezas da região.
Depois de ter alterada a denominação para Vila São Miguel, em 1891, passou a denominar-se São Miguel das Matas, em 1948, topônimo justificado por situar-se em região de matas.
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de São Miguel, pelo alvará de 24-11-1823, subordinado ao município de Santo Antônio de Jesus. Elevado à categoria de vila com a denominação de São Miguel, por ato de 01-06-1891, desmembrado do município de Santo Antônio de Jesus. Sede na antiga povoação de São Miguel. Constituído do distrito sede. Instalada em 08-06-1911.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído do distrito sede
Pelo decreto-lei estadual nº 141, de 31-12-1943, o município de São Miguel, foi extinto, sendo seu território anexado ao município de Santo Antônio de Jesus.
Elevado novamente à categoria de município com a denominação de São Miguel das Matas, pelo decreto estadual nº 12978, de 01-06-1944, desmembrado de Santo Antônio de Jesus. Sede no atual distrito de São Miguel das Matas (ex-São Miguel). Constituído do distrito sede.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído do distrito sede. Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município permanece constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007. | com informações do IBGE.