Ao receber a Comenda 2 de Julho, concedida pela Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), nesta quinta-feira (14), o renomado físico Olival Freire Júnior dedicou a honraria proposta pelo vice-presidente da Casa, deputado Zé Raimundo, aos que, como ele, lutaram pela democracia no país. “É uma enorme felicidade receber essa Medalha que leva o nome da data maior da nação brasileira, que é 2 de Julho. Para além de eventuais méritos pessoais, eu dedico essa homenagem às gerações que nas décadas de 60 e 70 lutaram pela democratização da universidade e do país, como também dedico às causas em defesa da educação, da ciência e da tecnologia”.
Como autor da proposta de entrega da Medalha 2 de Julho a Olival Freire, o deputado Zé Raimundo presidiu a Sessão Especial e falou da sua satisfação. “Para mim, é uma honra ter proposto essa homenagem ao professor, doutor, físico e pesquisador, que ao longo de sua vida combinou o fazer intelectual e ao mesmo tempo o engajamento com uma vida social e política da Bahia e do Brasil. De certa maneira também relembra a nossa geração, a geração que transformou esse país e a Bahia, que teve um papel decisivo, nos anos 70”.
Zé Raimundo falou sobre a trajetória do homenageado, “que exerceu uma liderança muito forte no campo da ciência e do saber, como também na militância política no Brasil. Ele que, foi dirigente do Partido Comunista do Brasil, mas no seu entorno conseguiu a gravitação de muitas lideranças de várias outras correntes, pela sua liderança. Para mim, é uma honra ter podido fazer parte dessa geração”.
Acadêmicos presentes
Com uma mesa formada majoritariamente por dirigentes de universidades e instituições do ensino superior, a sessão especial ocorreu num plenário e galerias lotados por um público repleto de intelectuais, acadêmicos, cientistas, professores, militantes partidários e deputados estaduais e federais, além de familiares do homenageado.
Além do proponente e do homenageado, compuseram a mesa: Davidson Magalhães, secretário estadual de Trabalho, Emprego, Renda e Esportes, representando o governador do Estado; Ângela Guimarães, secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais; Paulo César Miguez, reitor da UFBA; Georgina dos Santos, reitora da UFRB; Marcos Fernandes, vice-reitor da UESB; Ricardo Miranda, Diretor do Instituto de Física da UFBA; Manoel Barral Neto, presidente da Academia de Ciências da Bahia; Fátima Freire, superintendente regional do Ministério do Trabalho e irmã do homenageado; Jailson Andrade, pró-reitor do Senai-Cimatec; Ana Angélica Barbosa, professora da UESB (campus Jequié) e a deputada Olívia Santana, presidente da Comissão de Educação da ALBA.
Música variada
Em meio aos discursos e entrega da medalha, a solenidade foi animada ao som do grupo musical Anarkas (voz, violão e violino), oriundo de escola pública, que apresentou o clássico “Bolero de Ravel” na entrada do convidado, executou os hinos nacional e da Bahia, a música “Quanta”, de Gilberto Gil, e What a Wonderful World, de Louis Armstrong.
Contribuição intelectual
Em seu pronunciamento, o deputado Zé Raimundo também se referiu ao momento histórico em que “estamos experimentando”, ressaltando a relevância de se divulgar as contribuições de pesquisadores e intelectuais para a ampliação e consolidação de uma consciência coletiva “que sobreleve o valor da cultura científica como um ingrediente indispensável ao desenvolvimento econômico, educacional e cultural do nosso país”. Nessa seara, completa, o professor Olival tem sido uma voz e um canal dos mais eficazes pois suas elaborações têm sido recepcionadas e aplaudidas em inúmeros ambientes e instituições científicas do Brasil e de outras partes do planeta.
Ferfil do homenageado
Olival Freire Júnior é natural de Jequié, filho de Olival Figueredo Freire e Maria Antonieta Freire. Ele ingressou na UFBA em 1972 no curso de Engenharia Elétrica e, após três semestres, transferiu-se para o curso de Física. Enquanto estudante da UFBA, exerceu um papel decisivo na reorganização e mobilização estudantil, tendo sido o primeiro presidente do DCE reconstruído e presidente do Diretória Acadêmico de Física.
Ele é diretor científico do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), órgão vinculado ao Ministério de Ciência e Tecnologia, um profissional destacado, autor de quatro livros, organizador de cinco coletâneas; autor de mais de 40 capítulos de livros e de mais 90 artigos em periódicos especializados.
Foi presidente da Sociedade Brasileira de História da Ciência, da Comissão para a História da Física Moderna, International Union of History and Philosophy of Science; pró-reitor de Pesquisa, Criação e Inovação da UFBA (2014-2019); coordenador do CAPES PRINT UFBA (2018-2022) e do Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências (M/D, UFBA-UEFS, Conceito 5 CAPES), do qual foi um dos fundadores.