Caio Cunha arquitetou um plano para matar o amigo Jadson Neves (de preto) e se livrar de uma dívida de R$ 18 mil
Imagem: Redes sociais
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ATUALIZADA EM 23.5.18 às 17h30
Mais um capítulo da trama macabra que resultou na morte do servidor público Jadson Neves, assassinado com 12 tiros de pistola, foi revelado à polícia, que tem no também empresário, Caio Souza Cunha, 20 anos, principal executor do crime. O crime ocorreu na manhã da última sexta-feira (18), em Poções, sudoeste da Bahia, a 65 km de Vitória da Conquista.
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FRIEZA – Dono de funerária matou e foi chorar no velório; ele ainda fez todo trabalho de sepultamento e não usou formol para apressar o enterro
De acordo com fontes extraoficiais, o acusado teria “herdado” do falecido pai uma dívida de R$ 18 mil a ser paga a Jadson, referente à venda de uma camionete Chevrolet S-10. O pai de Caio, que morreu em 2017, deixou ainda os negócios de uma funerária ao filho, mas a dívida com Jadson ficou em aberto. Jadson e Caio eram amigos há anos.
Para que o veículo fosse legalmente passado a Caio, a dívida referente ao
financiamento da camionete teria de ser quitada, condição imposta por Jadson a fim de liberar a transferência. Com a morte do pai de Caio a quitação não aconteceu. Ainda segundo informações, Jadson passou a
cobrar a dívida com ao filho herdeiro da funerária.
A delegada Alessandra Pereira, responsável pelo caso, confirmou que o motivo do crime teria sido a dívida de R$ 18 mil, referente à compra de uma caminhonete. O empresário Caio Souza foi indiciado pelo homicídio e já teve prisão preventiva solicitada, já que cumpre prisão temporária.
Sobre a dívida que Jadson tinha com Caio, a delegada Alessandra Pereira detalhou que o funcionário público comprou um carro, modelo S10, do empresário e ainda não havia feito o pagamento integral da caminhonete. Caio, segundo apurou a polícia, pediu R$ 53 mil pelo carro, mas Jadson só pagou R$ 35 mil, pois estava esperando Caio trocar a titularidade do veículo.
Caio Souza Cunha, autor confesso do
homicídio, tramou um plano para se livrar das cobranças e ainda ficar em definitivo com o carro. Na manhã de sexta-feira (18), ele atraiu Jadson para um encontro em uma estrada de chão
na zona rural do município, próximo à BR-116.
Disse que estaria com os R$6 mil, prometendo quitar o valor devido. Na
verdade tratava-se de uma armadilha. Jadson foi executado com 12 tiros, inclusive na cabeça. O assassino
confesso foi preso e, para evitar ser linchado pela população, transferido para
Vitória da Conquista, onde segue à disposição da Justiça.
Caio foi surpreendido em sua residência, no bairro Indaiá, na manhã de segunda-feira (21), por uma guarnição da Rondesp Sudoeste, com apoio da 79ª CIPM de Poções.
SEM REMORSOS
Caio foi surpreendido em sua residência, na manhã desSa segunda-feira |
A família da vítima ainda foi procurada por Caio Cunha para que fossem prestados serviços funerários ao corpo de Jadson. Sem demonstrar remorso, ele ainda teria chorado no velório e consolado amigos e familiares, dentre eles o padre Valmir Neves, tio da vítima.
Caio Souza Cunha (à direita na foto), apontou como comparsa Alex Venâncio Sampaio (à esq.), funcionário da funerária. |
Caio sugeriu que não fosse aplicado formol ao corpo, em estado de decomposição, justamente para se livrar mais rápido da sua vítima. Ele também foi ao sepultamento de Jadson. Após o
crime, Caio viajou até o município de Boa Nova e escondeu a arma na casa de seu funcionário Alex
Venâncio Sampaio, cúmplice, réu confesso e também preso na operação desta segunda-feira.