Greve nos Correios completa 10 dias e ganha adesão de 85% em Conquista


A greve dos Correios completa 10 dias sem que haja avanço nas negociações entre governo e sindicalistas. De acordo com o delegado sindical da Regional Sudoeste, Carlos Alberto Moreira Santos,  em Conquista 85% dos ECTistas então no movimento e no estado esse número está nessa mesma proporção, enquanto que nos demais estados que já aderiram esse número está entre 85 e 89%  greve.

Com a suspensão nas entregas, muitos clientes reclamam, pois são obrigados a ir retirar os objetos postais no Centro de Distribição Direta, mas há os que apoiam o movimento, defendendo que se trata de um direito assegurado por lei.

“É um alerta à população quando à tentativa de fechamento de agências”, observa o sindicalista. “Além do fechamento de agências, também será o fim da entrega de cartas simples nos próximos seis meses, pois o atual presidente da empresa quer transformar o correio em uma empresa de logística, reduzir o quadro de funcionários, e  retirar as agências das cidades menores.”

Iniciado dia 19, logo após a assembleia geral que aconteceu simultaneamente em todo o Brasil, nas principais capitais brasileiras, o movimento em nível nacional tem como motivos o fechamento de agências por todo o país, pressão para adesão ao plano de demissão voluntária, ameaça de demissão motivada com alegação da crise e ameaça de privatização.

Além disso, os grevistas protestam contra o corte de investimentos em todo o país, falta de concurso público, redução no número de funcionários, além de mudanças no plano de saúde e suspensão das férias para todos os trabalhadores, exceto para aqueles que já estão com férias vencidas.

Para Carlos, a situação é grave. “Na última audiência que tivemos com o presidente dos correios a proposta dele para os funcionários é de redução de direitos e ameaças de demissão em larga escala em que nem o trabalhador nem a população foram levados em consideração. Ele demonstrou apenas preocupação em reestruturar a empresa para que se torne atraente para o setor privado. Nossa empresa faz parte da história do Brasil, com mais de 350 anos, faz parte da nossa soberania e deveria ser respeitada por isso.”, finalizou.

A  Federação Interestadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Fentect) reitera que a greve foi o último recurso e que está aberta a negociação, pois entende a importância que os Correios têm para o país e que sua luta é contra o sucateamento de serviços e por melhores condições de trabalho. 

A entidade afirma que “está tentando junto aos Correios, Tribunal Superior do Trabalho (TST) e governo alternativas para o conflito”. Já a Findect não aceitou o reajuste de 3% proposto pelos Correios somente a partir de janeiro. A federação e seus sindicatos insistem no reajuste retroativo à data-base da categoria, que é 1º de agosto.


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