A Jovem, natural de Itambé, sudoeste da Bahia, foi encontrada morta, com um tiro próximo no pescoço, em agosto de 2016, após uma possível discussão com
o policial Francisco Gledson da Conceição Sousa. O PM se diz inocente.
A primeira audiência de julgamento do policial militar Gledson, 37, o qual tinha um caso com a jovem Mikaely Steffany
Ferraz Spinola, 22, há dois anos acontece nesta terça,18, no Fórum da Justiça Comum, em Parauapebas, sudeste do
Pará. Gladson, é acusado de ter assassinado a parceira. A vítima foi encontrada no quarto da casa onde morava com a
amiga, com um tiro próximo ao pescoço. Minutos antes, o casal teria discutido.
Em entrevista com o advogado de defesa do PM, Flávio Moura, nesta terça, 18, oito testemunhas de acusação serão
ouvidas. E outras oito de defesa. Com uma que será ouvida em Marabá. Depois de ouvidas, haverá a etapa de alegações
nais
tanto do Ministério Público quanto da defesa. Decidindo se ele continua preso ou se responderá em liberdade. Vale
ressaltar que o PM foi preso 38 dias depois do acontecido. E está há pouco mais de seis meses, respondendo em regime
fechado no presídio de Anastásio, em Belém do Pará, presídio que abriga funcionários públicos que estão respondendo
algum crime.
VERSÃO DO ACUSADO
Em depoimento a polícia logo em seguida do acontecimento, o PM relatou que o casal havia frequentado um bar no
Bairro Rio Verde, Rua Sol Poente e em seguida teriam se dirigido para a casa da jovem. Lá teriam discutido. Gledson por
sua vez teria cado
na sala assistindo TV, e Mikaely se dirigiu ao quarto para tomar um banho. Onde depois, segundo
PM, teria ido a cozinha e retornado ao quarto. Segundos depois, uma mensagem de texto foi enviada pela jovem para o
telefone celular do PM. Que em seguida, ouviu os disparos e imediatamente se dirigiu ao quarto. Lá, a jovem estava em
cima da cama, com um tiro próximo ao pescoço, porém, ainda viva. O PM por sua vez, teria feito uma ligação ao seu
superior, que o recomendou que tirasse a arma do local, pelo fato de Mikaely ainda estar viva e poderia tentar novamente
um outro tiro. De acordo com o advogado, ação que foi decisiva na prisão do reú. “O fato do PM ter tirado a arma
dicultou
a conclusão da perícia”, explica o advogado.
Flávio Moura ainda explica que contratou um perito de São Paulo, especializado com a parte de auxílio à defesa. Estando
com os laudos e estudando o caso, o perito particular, teria apontado vários erros na perícia do município de
Parauapebas. “Asseguro com convicção que foi suicídio e iremos provar nos autos isso”, afirma
o advogado.
RELEMBRE O CASO
No mês de agosto de 2016, a jovem Mikaely Steffany, de 22 anos, teria tirado a própria vida com arma do policial militar.
De acordo com algumas informações que nossa equipe adquiriu, a jovem mantinha um relacionamento com o policial
militar, conhecido como Gledson Sousa, e por volta das 21h00 de uma quarta- feira, 31, a moça teve sua vida encerrada
através de um disparo feito pela pistola de uso do policial. O PM teria se apresentado espontaneamente na 20°
Seccional de Polícia Civil de Parauapebas. Argumentando que Mikaely teria se suicidado com a arma que estava em
poder dele.
Laudo diz que garota não se suicidou e policial recebeu voz de prisão
- não havia sinais de arrombamento, ou de luta no imóvel;
- não havia bilhetes ou medicamentos que pudessem corroborar com a tese de suicídio cometido pela vítima;
- as manchas de sangue na forma de projeções de alta energia na parede da cabeceira da cama e na forma de concentração impregnadas no lençol do colchão da cama sob a vítima indicam que ali foi o seu sítio de agressão;
- o disparo foi efetuado de forma encostada na região clavicular à direita, com o lado inferior da borda do cano da arma ligeiramente descolado da pele, o que ocasionou a zona de chamuscamento ao redor da ferida e o formato ligeiramente elíptico da lesão;
- a boca do cano da arma incidiu de forma oblíqua em relação ao eixo longitudinal do corpo naquela região anatômica, acompanhando o sentido do osso clavicular;
- a posição final de alojamento do projétil no interior do corpo (região escapular à direita) descreve um trajeto descendente e de tendência anterior/posterior (entrada na região clavicular à direita e alojamento na região escapular à direita)
Colaborou: Monique Costa