FUTEBOL | Vitória da Conquista inicia tentativa de retorno à elite do Baianão

Atletas do Bode se preparam a estreia no jogo deste sábado – Foto: Luciana Flores | ECPPVC

Uma figura carimbada no Baianão. Por 16 anos consecutivos, sempre que olhávamos a tabela da elite do estadual, lá estava o Vitória da Conquista. Um dos times que mais alcançaram as semifinais da competição, com seis, este ano terá a chance de ressurgir. Na edição passada, a equipe foi rebaixada e, por isso, nesta temporada disputará a Série B do Baiano.

No torneio, que começa amanhã, o Bode vai disputar o acesso com outros times tradicionais. A estreia do clube na competição será contra o Jacobina, no Lomanto Júnior. Nos outros jogos da rodada, medirão forças Leônico e Fluminense de Feira, Jequié e Grapiúna, Juazeiro e Colo-Colo, além de Unirb e Galícia.

Vice-campeão da Série A em 2015 e semifinalista em 2019, pela primeira vez desde 2006 o time de Conquista, que já foi apontado como uma ‘terceira força’ no estado, estará em campo pela segunda divisão do campeonato. Em sua última campanha, sagrou-se campeão. Desta vez, a missão é não só subir como acertar os pontos frágeis que fizeram o desempenho da equipe decair.

O rebaixamento no último ano foi decorrente de uma série de fatores, segundo o presidente do clube, Ederlane Amorim. “Há alguns anos estamos tendo dificuldade com a montagem de elenco, com o organograma da equipe, na estruturação física, por conta da falta de recursos para investimentos no futebol profissional. Tudo isso, ao longo do tempo, faz diferença e traz dificuldade nas competições”, afirmou o mandatário.

Sem maiores recursos para destinar ao departamento de futebol, o cartola enxerga a participação na Segundona como uma oportunidade para reparar erros e fortalecer ainda mais o clube. “Tem que aprender a lidar com as frustrações e as conquistas. A realidade hoje é a segunda divisão, e sem muito apoio, como sempre foi na história do clube. É ‘no braço’, mesmo, não tem ninguém por trás dando nenhum tipo de apoio financeiro”, destacou.

“Não é suficiente”. Assim, Ederlane define o fluxo de caixa do Vitória da Conquista em relação às competições que disputa. “Temos apenas os nossos patrocinadores de sempre, a quem a gente agradece muito. Isso não é suficiente porque não são arrecadados valores para ao menos igualar com outras equipes do interior. Os mesmos patrocinadores estão conosco há 18 anos. Mesmo com todas as dificuldades, não abandonaram o clube”, reforçou o presidente.

Projeto para o acesso

À frente da equipe, o Conquista conta com um velho conhecido, uma lenda do futebol do interior. Elias Borges, atual técnico do time, bateu na trave três vezes para ganhar o Baianão com o clube em outras oportunidades. Para a diretoria, não poderia haver um nome melhor para levar à frente esse processo. “É a pessoa certa, no lugar certo, para o momento certo”, define Amorim.

O comandante da equipe, inclusive, vive uma espécie de ‘filme repetido’. Em 2006, ele era o treinador que levou o Bode à Série A pela primeira vez, com o título da Série B. “Elias já tem a expertise, é sócio-fundador da instituição. Praticamente todos os nossos resultados positivos o tiveram envolvido. Já subiu o Doce Mel, o próprio Conquista, é bicampeão sergipano. Tem uma relação muito boa com os atletas, além dos resultados desportivos que já entregou”, destacou Ederlane Amorim.

Montagem do elenco

Para encarar o desafio de levar o time do sudoeste de volta à elite, o planejamento esportivo foi de contar com uma mistura de perfis. “Procuramos mesclar a experiência com os jogadores novos, que estão buscando seu espaço dentro do mercado. A experiência para a segunda divisão é fundamental, já que é um jogo menos técnico e mais brigado, disputado”, explicou.

Dentre os contratados, algumas caras já são conhecidas do futebol baiano. “Trouxemos alguns jogadores experientes, já conhecidos do mercado, como Ramires, que já passou por aqui. Gilson, zagueiro, que atuou aqui. Rafael Bastos, que já passou por Bahia e Vitória e chegou a atuar em Portugal com Jorge Jesus. Kleiton Domingues, que tem uma história de só ter jogado em equipes importantes do futebol brasileiro, também está conosco”, pontuou, ao falar dos principais reforços.

Novos horizontes

O sonho por taças segue vivo e a intenção do clube é ver a Série B como um quebra-molas em uma bela estrada. “Todo ano o desejo de poder entregar um título da primeira divisão para Vitória da Conquista é muito grande”, disse Ederlane, que ressalta o espírito de união no clube em busca do objetivo. “Queremos fortalecer novamente nossa relação com o nosso torcedor. A meta é ser campeão ou ao menos conseguir o acesso para a série A de 2024”, finalizou o mandatário do Bode. | A Tarde


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