A Polícia Civil da Bahia identificou o pai que espancou as duas filhas em uma praia de Salvador. O órgão informou ao GLOBO que tomou conhecimento do caso por meio de um vídeo que circula na internet desde domingo, em que o homem aparece batendo nas meninas. A corporação acrescentou que um processo formal de investigação foi aberto, para que o agressor responda criminalmente pelo ato de violência, e que, além dele, as menores também serão ouvidas.
A história será inicialmente conduzida por uma unidade policial especializada em Feira de Santana. A família mora na cidade, localizada no interior do estado. Em seguida, a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca) dará prosseguimento nas apurações, já que o episódio aconteceu na capital.
O Conselho Tutelar está em contato com a Civil para ajudar a averiguar os fatos. A polícia também ressalta que os cidadãos podem ajudar nas buscas por meio do Disque Denúncia, no canal de atendimento 181.
Na filmagem, o rapaz aparece bastante exaltado e raivoso. Com a ajuda de um chinelo, ele bate nas garotas, que caem ao chão e choram aos gritos enquanto recebem as pancadas. Uma delas, aparentemente mais nova, chega a ser levantada pelo pescoço e ser suspensa no ar. Depois, a pequena é brutalmente arremessada ao chão.
Internautas alegam em relatos postados no Twitter que o motivo da fúria do agressor seria o fato de as duas meninas terem saído sozinhas pela praia e se perdido dos responsáveis que cuidavam delas no passeio.
O caso tem gerado comoção. Na manhã desta terça-feira, a cantora Ludmilla se pronunciou sobre o assunto. Ela usou sua conta na plataforma para publicar um tuíte pedindo que o Ministério Público da Bahia “faça alguma coisa” diante do caso.
Cantora Ludmilla cobrou ação das autoridades contra o agressor das crianças
“Não existe contexto que justifique essa violência. O que mais me deixa indignada é que ninguém fez nada. Bora fazer alguma coisa, Ministério Público da Bahia“, escreveu ela em seu perfil.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, o homem, chorando, comentou estar foragido, se desculpou e reconheceu que “passou do limite”. Na sequência, justificou a agressão como uma “tentativa de educar”.
— Estou foragido, não sei como me apresentar, não tenho dinheiro para advogado, para nada. Uma pessoa que estava usando droga me prejudicou. Muitos ali na hora falaram: ‘Pai, o senhor está certo, tem que educar’. Mas realmente eu reconheço o meu erro. Eu passei do limite. Mas eu não matei minhas filhas, não dei “cacetada” [sic], não dei facada, não dei paulada, não dei garrafada, eu bati com uma sandália. Quem nunca apanhou de sandália? Agora, eu mereço isso? Todo mundo querendo “arrancar a minha cabeça” [sic] e ver meus filhos sem pai? Por quê? Por um momento de fraqueza em que tentei educar? Não sou esse monstro que vocês estão pensando. Sou um pai de família. — disse ele.
Leia a nota da Polícia Civil na íntegra:
A Polícia Civil já está apurando o caso do pai suspeito de agredir as filhas, em uma praia de Salvador. As imagens foram veiculadas nas redes sociais. O homem foi identificado e deve ser ouvido em uma unidade policial especializada na cidade Feira de Santana, onde a família reside. Também serão coletados os depoimentos das crianças. Em seguida, o procedimento será encaminhado para a Dercca, pois o caso ocorreu na capital baiana. O Conselho Tutelar também está em contato com a Polícia Civil com o objetivo de contribuir com a apuração dos fatos.