Na mais recente ofensiva sobre o esquema desarticulado pela Operação Faroeste, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou a imposição de tornozeleira eletrônica para a promotora Ediene Lousado, que comandou o Ministério Público do Estado (MP) de 2016 a 2020, e a delegada Gabriela Macedo, ex-chefe de gabinete da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Além do monitoramento, a Procuradoria pediu ao relator do caso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Og Fernandes, que elas sejam obrigadas a ficar em casa durante as noites.
Freio de mão
Em documento anexado à denúncia apresentada dia 5 de julho e obtido pela Satélite, a PGR classifica as medidas como cruciais para evitar danos à investigação, já que ambas, acusadas de blindar alvos da operação, ainda têm influência na cúpula da Justiça.
Autora da denúncia, a subprocuradora-geral Lindôra Maria Araújo pede que a Corregedoria Nacional do MP e a Corregedoria da Polícia Civil abram processo disciplinar contra Ediene e Gabriela, respectivamente.
Tesouro desviado
Trecho do novo anexo de cem páginas encaminhado pela subprocuradora ao relator da Faroeste revela que o falso cônsul Adailton Maturino, apontado como mentor da rede de grilagem e venda de sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia, foi flagrado negociado o transporte, para o exterior, de 1.225 quilates de diamantes brutos, no valor de quase US$ 2 milhões.
Para a PGR, trata-se de “possível engenharia internacional de lavagem de ativos”, arquitetada para “dificultar ainda mais o rastreamento dos valores ilícitos recebidos” por integrantes da suposta organização criminosa.