Qualquer instituição, de natureza pública ou privada que administra verbas oriundas do erário, pode ser alvo de investigação, quer através de CPI ou por meio de outros instrumentos de fiscalização estatal. O que atrai a competência é a origem do dinheiro público.
Pelo o que se sabe, o HCR/FJS, envolvidos, segundo a polícia, no escândalo do falso médico, recebem generosas verbas públicas de todas as esferas de governo, para, supostamente, cuidar da saúde da população.
Pelos contornos e repercussão do caso, a apuração da rumorosa denúncia, que em sede policial está sendo conduzida pelo delegado Roberto Junior, só assumirá as proporções que o caso requer, se o MPE e MPF, que podem agir de oficio, entrarem no caso.
Com relação a CPI, seria muita ingenuidade acreditar que os vereadores do bloco governista iriam manter suas assinaturas num pedido de investigação que tem como alvo o Hospital Cristo Redentor, e, por via de consequência, a Fundação José Silveira, em razão das parcerias políticas que mantêm.
Isso porque, uma profunda investigação poderia resvalar no prestígio do Prefeito Rodrigo Hagge, que no primeiro momento não seria alvo, mas que poderia se comprometer se ficasse comprovado que o município repassou verba pública para a manutenção dos leitos da UTI, onde o falso médico atuava já há algum tempo.
A história não pode empurrar esse escabroso fato para debaixo do tapete. A grande obra idealizada por Dr. Agnaldo Aguiar, o grande criador e benemérito da fundação do Hospital Cristo Redentor, que deve estar revolvendo no túmulo, não merece este fim. (imagem meramente ilustrativa) | * Juraci Nunes, advogado, radialista e ex-vereador.