EXCLUSIVO | Vitória da Conquista perde posições no ranking da transparência e cai do 1º para o 55º lugar

SUDOESTE DIGITAL | Da redação – O município de Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador, perdeu mais de 50 posições no quesito Governança, que inclui dentre outros índices, o de transparência, e caiu do festejado primeiro lugar para a 55º lugar entre os 100 avaliados no Ranking Connected Smart Cities (CSC), desenvolvido pela Urban Systems, que chega a sua 6ª edição.

A cidade de Fortaleza, em 6º lugar, é a melhor rankeada no Norte e Nordeste, seguida por Salvador, em 17º; Teresina (PI), em 26º; Ipojuca (PE), em 32º e Recife (PE), em 36º. No interior baiano, Conquista foi superada por Juazeiro, que foi rankeado em 44ª posição. Conquista celebrou com peças publicitárias a primeiro posição em 2019.

Pela primeira vez na história do Ranking Connected Smart Cities, a cidade de Balneário Camboriú (SC) assume o topo do ecorte de Governança do Ranking Connected Smart Cities, com destaque para os seguintes indicadores:  Escala Brasil Transparente: 8,8; Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal: 0,8575; Despesas com saúde e educação acima de R$ 1.200 por habitante; Despesa com urbanismo acima de R$ 568; por habitante e Despesa com segurança R$ 347 por habitante.

A não efetivação da guarda municipal, promessa de campanha do atual prefeito, Herzem Gusmão (MDB) e redução de despesas com saúde e educação foram alguns dos fatores que, segundo pesquisadores, contribuiu para a queda acentuada no ranking. Apesar de a guarda municipal ter sido aprovada por unanimidade pelos 21 vereadores, em 2019, até então continua no papel, mas consumindo mais de R$50 mil dos cofres públicos.

No final de maio deste ano, por meio do requerimento 88/2020, o vereador Rodrigo Moreira (Progressistas) requereu à Câmara Municipal a convocação do comandante, sub comandante, corregedor e inspetor da Guarda Municipal de Vitória da Conquista para prestarem informações e esclarecimentos acerca da corporação.

O vereador justificou sobre altos salários pagos pelo município a membros da Guarda Municipal que, embora aprovada na última sessão ordinária de 2019, sequer foi efetivada. “Questiono o fato de a Guarda Municipal ainda não estar atuando e já contar com inspetor, ouvidor e corregedor”, completou.

“Como a gente vai ligar pra um ouvidor para reclamar de uma guarda que não existe ainda? Aquilo ali está se tornando cabide de emprego”, denunciou. “Está gastando mais de R$ 50 mil por mês com cargos de confiança. Isso é uma vergonha, a gente tem que acabar com isso”, apontou Moreira.

“A Guarda tem um custo mensal de R$50 mil, mas ela não existe de fato e o comandante está indo à imprensa dizer que a Guarda está nas ruas”, denuncia. A bancada de situação rejeitou o pedido de convocação e blindou o gestor municipal.

A população reclama da falta de profissionais e de medicamentos nos postos de saúde e isso também foi peso negativo na pesquisa, mas outro fator que contribuiu para a queda no ranking foi o que educadores e pais de alunos consideram perseguição, como cortes nos vencimentos salariais dos profissionais; retenção de verbas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e falta de acompanhamento do rendimento dos alunos no período da pandemia. Não houve posicionamento da Prefeitura sobre a queda no ranking.


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