SUDOESTE DIGITAL (Da redação) – Um dos empresários mais ricos do sul da Bahia, Eugenildo Almeida Nunes (imagem/redes sociais), atualmente em lugar incerto, após ser procurado por suspeita de crimes sexuais em Ubatã, já usou da mesma estratégia de fuga para driblar a Justiça.
Nessa terça-feira, 30, ele foi alvo de mandado de busca e apreensão pela polícia civil de Vitória da Conquista, apontado por supostas vítimas de violência sexual presumida.
Na operação desta terça, equipes da Polícia Civil de Vitória da Conquista e de Salvador, bem como, do GAECO (MP), cumpriram mandado de busca e apreensão na principal residência do investigado, em Ubatã. No local, foram apreendidos material de cunho sexual, armas de fogo e munições.
A Justiça designou audiência de instrução e julgamento para estar quarta-feira, 31, às 10 horas, para oitiva das testemunhas arroladas na denúncia e pela defesa, sendo, ao final, realizado o interrogatório do réu. A oitiva de testemunhas e partes em outra Comarca deverá ser realizada, preferencialmente, por meio de videoconferência, nos termos do Ato Conjunto n.º 02/2019.
Desses processos encontrados, Ministério Público Federal foi a parte que mais apareceu, totalizando 9 processos. A reportagem tenta e aguarda contato com a defesa do acusado.
ROTA DE FUGAS – Em 2014, por exemplo, ele, juntamente com a esposa, Jane Oliveira, e as filhas Rejane Oliveira Nunes e Aline Hussel Oliveira fugiram após acusação de cometimento de fraude fiscal superior a R$ 90,5 milhões.
A fraude, segundo a denúncia, teria sido cometida usando empresas distribuidoras de alimento e postos de combustíveis no sul da Bahia, segundo a força-tarefa que envole Polícia Civil, Procuradoria-Geral do Estado, Ministério Público Estadual e Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) à época.
A força-tarefa envolveu 49 policiais civis, 3 promotores de justiça e 16 servidores da Sefaz na operação em Itabuna, Jequié, Ubatã, Caravelas, Ibirapitanga e Ipiaú.
Além de Eugenildo, a esposa e as filhas, também fugiram Marcus Paulo Pereira Nunes e uma irmã do do milionário, Rita Almeida Nunes. A esposa, filhas, irmã e um “sócio” eram membros do esquema, segundo a polícia civil. Uma mulher foi presa em Jequié, onde a polícia cumpriu seis mandados de busca e apreensão.
Eugenildo responde a crime contra a ordem tributária. O processo corre na Vara Federal de Jequié. De acordo com as investigações, o esquema conta com 41 empresas e detém 48 imóveis, entre fazendas, terrenos e prédios residenciais e comerciais. Denúncias recebidas pela Sefaz apresentam indícios de sonegação fiscal e interposição fictícia de pessoas na constituição dessas empresas.
Para as fraudes contra o fisco, eram cometidos crimes como blindagem patrimonial, por meio de doação de bens a familiares, simulações de alterações contratuais e constituição ou compra de empresas em nome de familiares e empregados de empresas do grupo.