ESPAÇO DO LEITOR | “O governo não conseguiu construir diálogos nacionais no modelo social que reputo não caber mais no mundo”

NOVIDADE - ESPAÇO DO LEITOR, ENTENDA: - Sev News

Sobre essa reportagem da Revista veja (https://veja.abril.com.br/politica/em-reuniao-reservada-alcolumbre-diz-que-governo-acabou/) vimos que é a consequência final de uma série de atos realizados contra o Brasil, que une ausência de planejamento de governo, a interferência familiar e seus interesses particulares não coadunados aos interesses da coletividade brasileira.

Também a ausência de ministros que de fato vejam o Brasil para além da militância bolsonarista, que dialoguem no plano nacional e internacional, ausência de articulação política por dentro do Parlamento nacional, ausência de diálogos com a oposição política, falta de ações ou estratégia de um plano de recuperação social do emprego, constante enfrentamento belicoso contra as instituições que formam, ou são partes do Estado brasileiro, partidos, universidades, tribunais superiores, movimentos sociais, cultura, desconhecimento de normas de convivência social, diálogo ruim com parte grande da imprensa, completo desprezo pelos sindicatos, desmonte de empresas estatais fundantes ao desenvolvimento do país, um governo fechado ao ciclo apenas militar com a mesma visão fincada nos anos de 50, 60, 70.

A meu juízo, na contra mão do mundo o governo se imolou quando fez a opção por um mundo em declínio, quando diz quê a ciência não seria prioridade, quando misturou assuntos de uma fé subjetiva, individual, ao um Estado que nada tem a ver com a fé de uma militância apenas, fé de/para algumas igrejas. 

O governo não conseguiu construir diálogos nacionais no modelo social que reputo não caber mais no mundo. Não construiu, não há um líder com capacidade, com conhecimento de Brasil. Optou pelo enfrentamento constante, com todos.

Chamo a atenção que esse isolamento se dera a partir do momento em que se escolhe ministros e colaboradores com um viés de defesa de um modelo familiar de Estado fechado, e com vícios condenáveis no campo da ética.

Se antes a narrativa era contra a corrupção, finalmente entendida por todos como possível de vencer, hoje essa narrativa se perdeu quando de forma perplexa o mundo viu como age um núcleo familiar descolado dos interesses do Brasil, que juntos a outros interesses corporativistas deu sinais, está dando sinais de limites.

Nos parece que entre a prudência social, evitando um dano maior ao Brasil, com possíveis desdobramentos sérios, sem controle e o afastamento da família presidencial do poder, essa possibilidade, a do afastamento, tem sido a mais concreta.

E, mais, a esquerda, toda ela tem observado esse cenário, feito pequenos movimentos, uma resistência aqui, uma articulação ali, por saber que se não houver prudência, leia-se acordos, esse modelo escolhido de desenvolvimento político-economicus quebra.

O fosso social no governo atual se ampliou, piorou de forma visível. Esse episódio no mundo envolvendo um filamento de um vírus escancarou, trouxe à superfície aproximadamente 60 milhões de pessoas do ponto de vista social fora do Estado, ou sobrevivendo de forma degradante. 60 milhões de pessoas multiplicadas por três dará uma multidão com medo, apavorada querendo seus 600 reais a todo custo.

Que são 600 reais num Estado sem planejamento? Todos estão apavorados. A fala desse presidente do Senado, o “ACABOU” pro governo, merece atenção, e terá a devida atenção, principalmente da oposição política ao governo. Joilson Bergher, professor.


COMPARTILHAR