EDUCAÇÃO || Reitoria publica nota sobre greve dos docentes da UESB

Professores da Uesb permanecem em greve e cobram do governo avanço nas negociações
Imagem: Adusb/divulgação

Sem votos contrários, a assembleia dos professores da Uesb decidiu na manhã de quarta-feira (24) pela continuidade da greve.

No dia anterior, a Adusb encaminhou documento, solicitando esclarecimentos, posicionamentos e encaminhamentos à Reitoria da Uesb em razão do movimento de greve por tempo indeterminado, deflagrado em assembleia da categoria dos docentes realizada em 4 de abril e iniciado no dia 9 do mesmo mês.

A entidade sindical afirma, no documento, ter sido surpreendida ao ser informada, por seus associados, que no sistema informatizado de controle de frequência (RH-Bahia) encontra-se a informação de falta injustificada ao serviço a partir do dia 9 de abril e solicita que esta Reitoria retifique as informações constantes no sistema RH-Bahia, entendendo que o direito à greve é uma conquista dos trabalhadores do Brasil estabelecida no texto constitucional de 1988.

Diante disso, a Reitoria da Uesb torna públicos esclarecimentos e posicionamentos a respeito das questões levantadas. Confira aqui a nota pública emitida pela Reitoria na íntegra.

Professores da Uesb permanecem em greve e cobram do governo avanço nas negociações

Segundo a A Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Adusb), a proposta apresentada pelo governo Rui Costa de liberação de 900 promoções nas Universidades Estaduais da Bahia não atende nem mesmo a fila dos docentes que aguardam por seus direitos trabalhistas.

A categoria avaliou como positiva a abertura do diálogo, porém ainda é preciso que o governo avance na negociação da pauta protocolada desde 2015. Dados do Portal da Transparência mostram que há viabilidade financeira para a construção de uma proposta mais robusta, que de fato atenda às necessidades.

De acordo com estudo da Adusb, a partir de setembro, diversos docentes irão adquirir direito à promoção na carreira e o número de pedidos será maior que o atual. Portanto, é fundamental lutar pela desvinculação das vagas por classe. É a única forma de impedir o represamento das promoções de agora em diante.

É essencial também que o governo inicie o debate transparente sobre o orçamento das Universidades Estaduais e o reajuste salarial dos professores, que há quatro anos não recebem sequer reposição da inflação.

“Os R$ 36 milhões liberados pelo governador não são recursos extra, mas parte dos recursos contingenciados e de receita gerada pelas próprias instituições. A justificativa da não discussão do reajuste por conta dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal é infundada e não convence”, destaca a Adusb, em nota.

Dados do Portal da Transparência mostram que, de janeiro a março de 2019, o governo gastou 45,64% da receita com a folha de pessoal, quando o limite prudencial é de 46,17% e o máximo de 48,60%. Portanto, há margem para negociação.

As informações sobre as medidas jurídicas da Adusb contra o corte de salários serão divulgadas em breve. A categoria aprovou ainda o fortalecimento da comunicação da Adusb para produção de campanha de denúncia da política de ajuste fiscal de Rui Costa, bem como das condições financeiras reais do Estado para avançar na negociação. A aproximação com outras categorias do serviço público, que também sofrem com o arrocho salarial, também foi encaminhada.


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