Estão na esteira da clandestinidade e seguem livres de fiscalizações operacionais e tributárias
Há cerca de 15 anos, obviamente em quantidades menores, este já era assunto que requeria trato urgente. Como não ouve, vez outra ele vem à tona. Entretanto, jamais solucionado fosse por sua extinção ou legalização.
Enquanto isto, na esteira da clandestinidade estes seguem livres de fiscalizações, sejam elas operacionais, tributárias (ISS, PIS CONFINS), trabalhistas, extensivos da higiene, da manutenção, da segurança viária ou dos passageiros, nos rigorosos tratos que deveriam ser exigidos destes veículos e seus condutores.
Somos da opinião. Assim tem sido e assim continuará caso não ponha termo neste assunto.
Fato, este site, quem sabe muitos outros também, até antes de nós, bem como rádios e outros meios de comunicação tenham tratado deste tema. O que podemos afirmar, este site muito abordou.
É neste ponto que desejamos chamar atenção trazendo a memória para balizar aqueles que eventualmente possam decidir nadar nestas turvas águas. Desnecessário listar os ciclos de políticos de outrora recente que aventuraram, abordaram, bradaram, advogaram em favor dos vanzeiros.
Façamos pergunta semelhante aos proprietários de vans, aquela que o então presidente dos Estados Unidos da América, John Fitzgerald Kennedy, fizera aos americanos. “Não pergunte o que a tua pátria pode fazer por ti. Pergunta o que tu podes fazer por ela.”.
Que os vanzeiros não perguntem o que Vitória da Conquista pode fazer por eles, e sim, o que eles devem fazer por ela.
Por anos interferiram na responsabilidade do município sem consulta e sem pedir ajuda buscando toda sorte de contornos que não dependiam de outrem.
O que os vanzeiros fizeram até então se desejam tanto reconhecimento? Senão vejamos.
A – até mesmos seus defensores do presente ou do passado sabem quantos são?
B – por que nunca foi público o número de fato de quantos vanzeiros operam em nossa cidade?
C – por que até hoje eles não mostraram em público que buscam legalidade mostrando suas guias de impostos ou mesmo carteira assinada de seus colaboradores?
D – por que até hoje não se organizaram em cooperativa?
E – por que até hoje não possuem uma garagem cooperada demonstrando que são capazes de cumprir as diretrizes de um negócio que tem responsabilidade civil?
Observem que os anos passam e eles continuam como sempre desejam, querem continuar ao arrepio da lei, sem incômodo e sem compromissos.
O que os anos mostram é que basta surgir no horizonte sinais de ventos, aí eles saem do “anonimato político” com suas agonias deixando todos agoniados:
A – responsabilidades que são deles,
B – deveres de casa básico que são deles;
C – desembaraços básicos para qualquer atividade ou de empreendedorismo para que a eles não se aplicam;
Imagina abrir uma farmácia, padaria, loja ou açougue – todos se submetem aos preceitos da lei. Por que os vanzeiros não?
Alvarás, licenças, guias disto ou daquilo, habites, bombeiro, Inmetro são básicos nas vidas de todos os que empreendem, mas ao que parece aos vanzeiros não.
Pensemos juntos para iniciarem nesta atividade – até então configurada contravenção – eles não envolveram e tão pouco alardearam pressionando políticos e a imprensa. Simplesmente seguiram!
No silêncio assumiram o papel exclusivo do município e agora culpam o mesmo município.
Pior, a inversão de papéis é tão aguda em que, se não comparecerem os personagens, eleitos e criados na cabeça deles, para os defenderem, reagem, culpando estes também.
Afinal, qual o capital deste grupo de vanzeiros? Político ou financeiro?
Quando fazemos estas perguntas os pontos e contrapontos não convergem. Se tem grana porque não fizeram os deveres de casa como acima relacionados?
Confrontados com estas reflexões, precisamos nos perguntar: o que desejamos para nossa cidade?
Não estamos a falar de uma cidade qualquer, mas da terceira maior cidade do estado da Bahia.
Vitória da Conquista há muito não é uma cidadezinha de interior para pensarmos ela com puxadinhos aqui e acolá. Nossa cidade, salvo engano, tirada à parte as capitais nordestinas, está entre as cinco maiores dos dedos de uma mão.
De modo que a sociedade civil organizada precisa de uma vez por todas e desta vez pensar no transporte público de nossa cidade, não sob pressão de um grupo, sobretudo balizados nas recentes experiências desastrosas de nosso município ao falarmos do tema transporte público. Será que uma década e meia de descalabro neste setor não nos serviu de aprendizado?
Ora temos passeatas, cidade travada, comércio prejudicado por conta da rejeição popular quanto ao valor das passagens;
Ora greve dos rodoviários do transporte público que por tabela sofre por conta do sucateamento das empresas de ônibus com as greves mais prejuízos ao comércio;
Ora temos tumultos porque uma ou outra empresa agoniza e se sucateia;
Ora contrato concessão cancelado pela modalidade caducidade;
Ora contrato de concessão suspenso por orientação judicial;
Por último chegamos ao descalabro do próprio município se ver operando transporte público;
Não obstante a vasta lista de empresas que por aqui passaram, nosso município chegou ao fundo do poço com os famigerados contratos emergenciais, pelo nome ou apelido manda mensagem além de nossas fronteiras conquistense que há problemas crônicos quando falamos de transportes público.
E os vanzeiros seguem, sem fiscalização, sem organização própria, não se reinvestem e vão seguindo no silêncio, esgueirando aqui e acolá.
Fato que os conquistenses não irão aceitar aquelas políticas de passagens de ônibus fora da realidade de quem depende de ônibus, quase na maioria assalariados, serviços precários e subsídios que sacrificam outras áreas que exigem a presença do município.
Qual a equação então?
Quem vai pagar a conta?
Quem tratará a solução definitiva que não desequilibre o que de fato exige esforços de todos? Qual seja, será o transporte público.
Quem precisa urgente de toda política, seja ela privada ou pública, em primeira mão – o ônibus urbano ou vanzeiros?
Apenas reflexão de quem há muito acompanha esta novela de muitos capítulos.