EDITORIAL | Herzem ressurge em meio à rejeição e preocupa oposição na reta final do mandato




CONQUISTA | A efetivação do vereador Gilmar Ferraz (MDB) como secretário municipal de Agricultura e a troca do então líder do governo na Câmara, Jorge Bezerra (SD) pelo suplente de Gilmar, Edvaldo Ferreira Júnior (MDB) foram as duas jogadas de mestre que fizeram reverter parte da rejeição popular do prefeito Herzem Gusmão (MDB) nos últimos dias.


CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE


Com Gilmar na Agricultura, a zona rural ficou mais próxima do governo, como é o caso da subprefeitura de José Gonçalves, e algumas obras paradas voltaram ao ritmo, a exemplo da recuperação de estradas vicinais, limpeza de açudes e aguadas.

Imagem Edivaldo Ferreira Jr. destaca reunião do Governo Municipal com a Caixa Econômica Federal e promete novidadesPor outro lado, ⇦ Edivaldo Júnior tem mostrado mais traquejo no trato com os colegas na Câmara e tem feito explanações mais diretas, sem alardes ou rodeios, a ponto de convencer alguns indecisos em projetos de elevada importância.

Em discurso na Câmara, dia 18 deste mês, Júnior voltou a mostrar habilidade na fala. “O nosso prefeito esteve com a presidência da Caixa Econômica Federal para tratar do PAC e do Finisa. Obras do PAC estão sendo realizadas, e em relação ao Finisa, outras novidades virão”, disse ele, sem adiantar quais são.

O parlamentar reafirmou a necessidade de aprovação com urgência dos pedidos de empréstimos da prefeitura junto à Caixa Econômica Federal. “É sempre importante reafirmar a necessidade e a urgência da aprovação desses Projetos de Lei para investimentos na iluminação pública e para a realização de várias obras no município, especialmente nos bairros periféricos da nossa cidade”, apontou.

Enquanto isso, Herzem acelera obras e faz afagos a alguns dos 21 vereadores, liberando emendas impositivas e anunciando asfalto em bairros até então esquecidos pelo poder público.

Antes, aproveitando-se de recursos próprios, empréstimos e verbas carimbadas por deputados e até pelo antecessor, Guilherme Menezes (PT), entregou a Avenida Perimetral, restaurou a Praça Vítor Brito, construiu a Praça Norberto Aurich e recapeou avenidas estratégicas.

No fim de 2018, a Prefeitura e a Caixa Econômica Federal assinaram um convênio de R$ 45 milhões referente à primeira etapa do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa).

O recurso, diz a Prefeitura, está possibilitando a execução de obras na cidade, como a pavimentação no Conveima I, revitalização do Aterro Sanitário, pavimentação e construção de praças nos povoados de Cabeceira e Itaipu e início da implantação do Parque da Ambiental da Cidade.

Nessa segunda-feira (23), no lançamento da pavimentação do Conveima 1, Herzem testou a popularidade e a população do bairro retribui positivamente. Muitos vereadores das bancadas de situação e oposição dividiram o palanque.

Os outros bairros, sem a mesma atenção que a Prefeitura deu ao Conveima, cobram tratamento igual. Talvez recebam, porque ainda tem grana guardada pra isso.

O empréstimo foi aprovado pela Câmara de Vereadores. Herzem quer mais. Além dos R$45 milhões já nos cofres da Prefeitura, o prefeito busca aprovação de mais R$ 60 milhões, recursos também do Finisa. Os projetos de lei que autorizam a operação, encaminhados para apreciação da Câmara de Vereadores, têm sido objetos de acirrados debates.

Os recursos são referentes ao Finisa Ilumina, para investimento em iluminação pública; e o Finisa 2, com destinação a obras.

“Temos R$ 10 milhões para energia em LED, não só para a cidade, como também para várias localidades da zona rural. E 50 milhões, nós temos obras importantes para esses recursos serem aplicados”, explica o prefeito.

As obras às quais o prefeito se refere incluem pavimentação, drenagem, recapeamento, infraestrutura de saneamento e melhoria do sistema viário em diversas localidades.

As ações devem beneficiar os bairros como Santa Cecília, Nossa Senhora Aparecida, Bruno Bacelar, Renato Magalhães, Panorama e Conjunto Vitória.

Pouco “importunado” pelos adversários em sua gestão, Herzem agora nada de braçada na reta final e já é visto como um nome duro de ser batido em 2020. 


Soma-se a isso a máquina administrativa sob seu comando, amplo apoio do empresariado, notadamente do setor de saúde e o novo olhar popular para suas obras contemporâneas. Como é sabido, em política tudo pode acontecer.

A pouco mais de três meses de entrar em seu último ano de mandato, Herzem vai aproveitando os holofotes e a indefinição dos nomes da oposição à Prefeitura. Outros nomes alternativos parecem não incomodar o prefeito-radialista. Não resta dúvida. No atual cenário, quem está berrando mais alto é o bode.


COMPARTILHAR