EDITORIAL – ANÁLISE DOS 100 PRIMEIROS DIAS DO GOVERNO HERZEM GUSMÃO

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Sem ter se desvinculado
do discurso político radiofônico – com o qual angariou eleitores no palanque
eletrônico da Resenha Geral, o prefeito de Vitória da Conquista, Herzem Gusmão
(PMDB) chega aos primeiros 100 dias de governo sem muito que comemorar.
Pelo contrário, as
críticas ácidas à sua gestão mais parecem extraídas da dialética socrática, com
parte do eleitorado e adversários tentando fazê-lo provar que estava certo ao
criticar os longos anos de gestão petista no terceiro maior município da Bahia.
As perdas políticas
contabilizadas nesses três meses e 10 dias começam com o desastrado, inoportuno
e, até então não explicado, fechamento da rotatória do Hospital Samur, seguido
do efeito bumerangue no embarque e desembarque de passageiros intermunicipais na
Rua do Gancho, passando pela policialesca destruição de barracos na
Maravilhosinha e Lagoa das Flores.
Resumindo: um governo
de dois pesos e duas medidas. Uma gestão que não teme agir na calada da
madrugada contra pessoas carentes na suposta invasão da Serra do Periperi, mas
que se curva diante do poderio econômico do “seo” Edgar da Viação Novo
Horizonte, que não respeita a portaria do Gancho.
E assim segue o barco
sem leme. Por ora, navegando nas infrutíferas de ameaças de processos contra
radialistas e jornalistas (a própria classe do prefeito-locutor), na
insatisfação interna de secretários e demais colaboradores nomeados – pela
centralização de poder – e se esbarra na falta de comunicação com os mesmos
professores que apoiaram o então candidato Herzem em campanha.
Os planos
mirabolantes que conquistaram eleitores têm de ser deixados na gaveta, porque
não cabem nas contas impactadas pela recessão que se iniciou há dois anos.
É sabido que poucas
cidades, a exemplo de Conquista, escaparam da crise em condições de oferecer
folga fiscal aos prefeitos eleitos. E triste do prefeito eleito que entender
que este dinheiro que restou possa ser gasto sem responsabilidade.
O prefeito eleito
não pode alegar desconhecimento de causa. O problema nas contas públicas vem
sendo alardeado há pelo menos dois anos.
Portanto, se temia
falar em cortes ou controle de gastos na campanha, para não perder a eleição,
espera-se que, a partir de agora, seja honestos em assumir a tarefa de
administrar com equilíbrio e sensatez as contas do município.
Falta de
honestidade e contas descontroladas cobram um preço alto demais do cidadão. E
dos políticos, também, como mostra a história bem recente do país.
Um governo que se
notabiliza pejorativamente por rótulos, como o tal “bumerangue”, enfrenta desde
logo um imperioso desafio de desmistificar essa pecha. Não será tarefa fácil,
pois aí está o “seo”
Julival da Kombi e a
barraquinha de passagens para simbolizar o desonroso troféu do “faz e desfaz”
da Prefeitura. 

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