DOMINGO SOMBRIO – Em meio ao caos, Conquista amanhece com frota de ônibus e de táxis reduzida


Domingo, 27 de maio. Eis que o sétimo dia de paralisação dos caminhoneiros chega e, com ele, muito mais caos em Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador. O frio e chuva contribuem para o esvaziamento das ruas.

Parte da frota de 366 táxis também começa a a ser recolhida por falta de gasolina e álcool. Segundo o sindicato dos taxistas, menos de 15% estão rodando, ou seja; em torno de 45 a 50 veículos.

“Acredito que Conquista tenha sido a cidade onde o combustível acabou mais rápido na Bahia. Conquista tem poucos postos de combustível. O nosso colapso chegou antes das grande cidade da Bahia”, comentou o representante do sindicato, Nilson Pinheiro.

Para reforçar seu pensamento, Pinheiro cita Itabuna e Feira de santana, onde até ontem (sábado) havia combustível nos postos.

“Alguns carros nossos que estão rodando conseguiram combustível fora daqui e o paliativo foi esse posto que abiu no sábado. Nos últimos dez anos poucos postos foram inaugurados em Conquista e, em função disso, é que temos este preço alto, um dos maiores da região”.

As vans e os veículos que atendem por aplicativos estão no mesmo barco. Comércio amarga prejuízos e eventos são suspensos, incluindo vestibular e festejos rurais.

GREVE NA VITÓRIA

Sem fiscalização municipal para exigir que pelo menos 30% da frota da Viação Vitória circule, em meio à greve deflagrada pelos rodoviários, que cobram salários atrasados, a Prefeitura cruzou os braços e permitiu que 100% dos 80 ônibus ficassem retidos na garagem da empresa.

A paralisação geral na Vitória começou nas primeiras horas de sábado (26). Apesar de não enfrentar greve, a Cidade Verde, outra empresa concessionária, chegou a cobrir alguns itinerários abandonados pela Vitória. Porém começou a faltar combustível e a direção foi obrigada a recolher parte da frota.

Dos 80 veículos disponíveis, a empresa só conseguiu manter 33 em circulação neste domingo. O Sistema Integrado de Transporte de Conquista atende uma população diária de 90 mil pessoas, distribuída entre 50 mil nos itinerários da Cidade Verde e 40 mil nos da Vitória.

Enquanto a maioria não consegue combustível na região, a Cidade Verde informa que a qualquer momento pode ficar sem diesel. O caos, que já era evidente com o abastecimento normal, piora a cada dia de greve.

DECRETO

Em edição extra do Diário Oficial do Município, o prefeito Herzem Gusmão (MDB) decretou Situação de Emergência alegando “impacto e a gravidade dos efeitos decorrentes da paralisação nacional dos caminhoneiros iniciada em 21 de maio de 2018, com o desabastecimento de bens indispensáveis à manutenção de serviços públicos essenciais”.

Trechos do decreto

” Compete também ao Comitê o monitoramento de toda a situação de abastecimento e operação dos serviços essenciais, bem como propor, se for o caso, a decretação de estado de calamidade pública ou a revogação do estado de emergência. Art. 3º Consideram-se serviços públicos essenciais para os fins deste decreto: I – saúde (transporte de pacientes e de material biológico, gases medicinais e diesel para geradores, distribuição de insumos, vacinas e medicamentos);II – educação (transporte de alunos e distribuição de gêneros alimentícios para os estabelecimentos educacionais);III – transporte coletivo urbano de passageiros;IV – coleta de lixo;V – serviço funerário;VI – defesa civil. Art. 4º No caso de iminente perigo público, poderá ser requisitada propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano, nos termos do art. 5º, inciso XXV, da Constituição Federal. Art. 5º As Secretarias Municipais e os demais órgãos e entidades integrantes da Administração Direta e Indireta deverão implantar plano de racionalização de uso dos insumos no âmbito de suas respectivas competências, com o objetivo de preservar a continuidade das atividades essenciais. Art. 6º Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos até a cessação da situação de emergência.”

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