DISTRITO DE JOSÉ GONÇALVES | Embasa realiza limpeza em redes coletoras de esgotamento sanitário

A Empresa Baiana de Água, Esgoto e Saneamento (Embasa), em parceria com a Associação de Moradores do distrito de José Gonçalves, em Vitória da Conquista, realizou limpezas nas  redes coletoras do esgotamento sanitário da comunidade.


Em suas redes sociais, o presidente da associação, Eunápio (Napínho), agradeceu a Embasa, na pessoa do gerente regional, José Lito Pires que, segundo ele, “sempre atendeu as reivindicações do distrito com maior carinho”.

CONHEÇA A HISTÓRIA DO MAIOR DISTRITO DE VITÓRIA DA CONQUISTA

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José Gonçalves, distrito integrante do Município de Vitória da Conquista, limita-se com Anagé, a partir da Lagoa de Francisco das Chagas, em linha reta até a Lagoa da Serra, e daí até o Estreito do Empedrado, no início do limite com o Município de Planalto; com Planalto, do Estreito do Empedrado até a Serra do Taquaral; com Barra do Choça, da Serra do Taquaral até a Barra do Anta Podre; com o Distrito da Sede de Vitória da Conquista, da Barra do Anta Podre, seguindo pelo Riacho do Saquinho e deste até o Riacho do Choça, seguindo até a Cachoeira deste e daí até a Lagoa Francisco das Chagas, início de seus limites.

Histórico –

As terras que compõem o Distrito de José Gonçalves foram das primeiras ocupadas no Planalto da Conquista. Isto se explica porque o principal caminho de ligação entre referida região e a área próxima mais povoada ( Minas do Rio das Contas) passava por terras onde hoje está o Distrito de José Gonçalves.

É certo que para atingir-se o Arraial da Conquista (hoje cidade de Vitória da Conquista), partindo-se da Vila de Minas do rio das Contas, seguia-se pelo Rio das Contas, alcançava-se o Rio Gavião, seguia-se por este até o Riachão do Gado Bravo e seguindo este último chegava-se a Batalha e daí alcançava-se o Arraial da Conquista, sedo do Distrito da Vitória, pertencendo a Caetité (como se sabe, o Distrito da Vitória, com sede no Arraial da Conquista, só seria elevado a Vila – Imperial Vila da Vitória – em 1840, e hoje é o Município de Vitória da Conquista).

A partir da segunda metade do século XVIII, as terras do Planalto da Conquista passaram a ser ocupadas, desde que João da Silva Guimarães e João Gonçalves da Costa travaram batalhas contra os índios e aqui estabeleceram-se. João da Silva Guimarães retornou a Minas Gerais, mas João Gonçalves da Costa permaneceu no Planalto da Conquista e aí passou a manter fazendas para criação de gado e de agricultura de subsistência.

As terras que hoje fazem parte do Distrito de José Gonçalves foram assim paulatinamente ocupadas pela família de João Gonçalves da Costa e seus genros.

Já na segunda metade do século passado, toda a área estava ocupada com fazendas, tais como Fazenda Pedra Grande (na área do Riachão do Gado Bravo), Lagoa de Cima, Riachão do Gado Bravo, Caldeirão, Pedra Branca, Riacho, Lagoa da Serra, Caveira, Conceição, Batalha, Sentido, Lagoa de Cima, Lagoa d’Água, Furado da Roseira, etc.

Parte das terras onde seria criado o Distrito de José Gonçalves foram pretendidas pela Casa da Ponte, que chegou a vender áreas próximas da localidade, como foi o caso da fazenda “Lagoa de Cima”, porém os descendentes de João Gonçalves é que dominaram a área depois passada para herdeiros ou para compradores.

A região era formada por grandes fazenda (latifúndios) trabalhados pelas famílias de proprietários e por escravos.

A medida que o Planalto foi sendo povoado, caminhos e estradas foram surgindo: além da estrada do Riachão do Grado Bravo, foi aberta a estrada do Piripiri para o Arraial da Conquista, ainda no século passado e a estrada da fazenda “Sentido” até Poções, e o trecho de estrada do Choça ao Taquaral.
Até o final do século passado, não havia povoados de importância, salientando-se apenas o Arraial de Sentido, e início do povoado de “Guigó”.

Porém, já no início no século atual, alguns povoados pequenos surgiram, tais como Itapirema, Lagoa da Pedra, São Sebastião, e o “Guigó”, foi que mais cresceu. Em 1904, já era o principal povoado do local, com o nome de Arraial do Guigó, onde foi criada escola.

Antes de ser “distrito”, a área do atual “José Gonçalves” estava vinculada ao distrito da sede de Vitória da Conquista e ao distrito de Coquinhos.

Em 1920, na divisão administrativa de Conquista, aparece o Distrito de José Gonçalves, com sede na Vila do mesmo nome, ao lado dos distritos de Conquista (sede), Verruga, Encruzilhada, Porto de Santa Cruz, Belo Campo, São João da Vila Nova, Nova Loja do Gavião e Coquinhos.

É interessante notar que a Vila de José Gonçalves, em 1950, possuía 874 habitantes, sendo então uma das mais povoadas, só ficando atrás de Caatiba. Posteriormente, no entanto, outras aglomerações se desenvolveram mais ( Anagé, Barra do Choça, Nova Conquista, Belo Campo, etc).

Realmente, até 1950 nota-se certo florescimento do distrito e de sua sede (Vila de José Gonçalves, ex-povoado de Guigó). Na sua área criava-se (como ainda hoje) gado vacum, gado caprino, ovino e suíno. A cultura de subsistência ocorria em toda a área cultivada não ocupada pelo gado: milho, mandioca, feijão. A mamona teve expressão econômica até a década de 60, depois declinando.

O fumo, cultivado desde o início do século, ainda é plantado e passa por aproveitamento artesanal      (“fumo de rolo”), sendo vendido para toda a região do Planalto e área adjacente.

Para promover o desenvolvimento econômico do distrito de José Gonçalves, o Governo do Estado, na década de 50 deste século, implantou a “Colônia Agrícola Santo Antonio”, dividindo em lotes de 20 hectares. Porém esta, localizada em terrenos muito secos, não contou com maiores incentivos e decaiu, restando alí alguns proprietários que plantam gêneros de subsistência.

Na década de 80 deste século, houve movimento pela autonomia de José Gonçalves, porém feito plebiscito, a proposta de transformar José Gonçalves em Município autônomo foi derrotada.

Por Ruy Medeiros
artigo escrito em 1999

Bibliografia:

Torres, Tranquilino Leovigildo – “O Município da Victoria”, edição da UESB/Museu Regional, 1996;
Torres, Tranquilino Leovigildo – “O Município de Poções”, in “História e Cotidiano no Planalto de Conquista”, edição da UESB/ Museu Regional, 1998;
IBGE – “Enciclopédia Brasileira dos Municípios, 1957;
Secção de Manuscritos da Biblioteca Nacional (documentação sobre a conquista da região);
Arquivo Público do Estado ( a complementar).


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