Depois de postar em sua rede social a emblemática frase “Tudo tem seu tempo. E nada é por acaso”, a enfermeira Marilene Ferraz pediu exoneração do cargo de diretora do Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC) em carta enviada ao governador Rui Costa.
Apesar de a exoneração ainda não ter sido publicada no Diário Oficial do Estado, Leninha, como é mais conhecida, afirmou na manhã desta sexta-feira, 9, ao jornalista Celino Souza, que essa é a sua vontade.
Com livre trânsito na área de Saúde, tanto nas esfera municipal, quanto estadual, a enfermeira preferiu não entrar em detalhes sobre a decisão que provocou surpresa no meio profissional e, mais ainda, nos bastidores da política.
Um dos motivos, não confirmados pela diretora demissionária, pode ter sido uma “queda de braço” entre o deputado federal Jorge Solla e o atual secretário de saúde da Bahia, Fábio Vilas Boas.
O jornalista perguntou se houve, realmente, ingerência política, mas a diretora preferiu não responder. Pessoas mais próximas à gestão, no entanto, confirmam que o cargo tem sido disputado a ferro e fogo por políticos ligados ao governador petista Rui Costa.
No meio do fogo cruzado estaria a gestão de Leninha, que estaria sendo pressionada a renunciar ao comando do maior hospital do Sudoeste da Bahia, com raio de atuação em mais de 200 km quadrados, atendendo a mais de 2,5 milhões de pessoas, incluindo moradores do Norte de Minas Gerais.
Mesmo com a dedicação da atual gestão, o HGVC tem sido alvo de inúmeras críticas, como falta de material de expediente, de leitos, de material humano e, principalmente de infraestrutura.
As duas últimas chuvas, registradas na quarta e quinta-feiras passadas, provocaram infiltrações e parte do teto rompeu, formando uma “cachoeira” onde pacientes estão em observação e atendimento.
Com a confirmação da saída da diretora do HGVC, o cargo poderá ser ocupado pelo atual diretor-técnico do hospital, médico Geovane Moreno. Leninha ocupa o cargo há mais de três anos.