DIA D EM CONQUISTA – Mais de 41 mil alunos sem aulas e ameaça de greve na rede municipal de ensino

Mais de 41 estudantes, entre alunos de escolas de ensino fundamental, médio e crianças em creches da rede municipal de ensino de Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador, terão as atividades suspensas nos três turnos, nesta quarta-feira (20).


Incluindo a suspensão de aulas devido à greve dos caminhoneiros e outras paralisações este ano, eles já perderam duas semanas letivas, ainda sem data para reposição.

O motivo desta vez é a paralisação dos profissionais em educação que, em campanha salarial, decidem pela deflagração ou não de greve por tempo indeterminado após mais uma rodada de negociação com a Secretaria Municipal de Educação.

Essa rodada de negociação salarial com o governo está prevista para às 9 horas, no auditório do Memorial Régis Pacheco, na Praça Tancredo Neves.

De acordo com a diretoria do SIMMP, sindicato da categoria, a paralisação é necessária para que a categoria “possa acompanhar as reuniões e pressionar o governo municipal”.

São cerca de 2 mil profissionais em educação da Rede Municipal de Ensino de Vitória da Conquista, dos quais 1.791 professores, entre contratados e efetivos, além de monitores e diretores de escola.

“A paralisação desta quarta-feira requer grande apoio e mobilização da base. Os profissionais da educação jamais aceitarão o Reajuste Zero”, acentua o sindicato, em nota à imprensa. “Quem faz educação merece respeito, seguiremos unidos pela valorização profissional”, finaliza o SIMMP, em nota.

O QUE QUEREM OS PROFESSORES

Com o mote “Reajuste Zero, Não!”, em campanha salarial, os professores da rede municipal de ensino lançaram uma ofensiva nas ruas, feiras-livres e até na Câmara de Vereadores de Conquista para denunciar o descumprimento do piso salarial e desvalorização da categoria.

De acordo com o Sindicato do Magistério Municipal Público (SIMMP), o governo municipal ameaça direitos, como destruição do plano de carreira dos professores, achatamento da tabela dos profissionais da educação e não criação do plano de carreira dos monitores escolares.

Em meio a discursos dos vereadores, na sessão ordinária da última sexta-feira (15), os professores distribuíram panfletos denunciando, ainda, a não observância de ganhos reais ao servidores públicos municipais, contratação de assessorias por valores “exorbitantes”, aumento no número de secretarias, terceirização de serviços essenciais e gastos mensais de mais de um milhão em cargo comissionados.

O vice-presidente do SIMMP, Davino do Nascimento Silva (foto), fez uso da tribuna livre para reivindicar o reajuste salarial da classe para o ano de 2018. Ele afirmou que a categoria enviou o documento apresentando sua proposta em março, e até o momento o governo municipal não iniciou as rodadas de negociações.

O sindicalista comunicou que irá pedir um estudo dos gastos da prefeitura. “Esse governo concedeu reajuste a gastos da prefeitura, aumento para cargos comissionados. Não justifica dar essa assertiva para a categoria dos professores”, disse. “No mesmo ano em que a Câmara teve reajuste, ele (o prefeito) queria dar reajuste zero aos professores”, indignou-se.

A respeito da proposta do sindicato, ele conta que foi enviando a Secretaria de Educação um documento no mês de março, mas no mesmo momento houve mudança de secretário. “ E até agora nada nos foi apresentado”, disse. Ele pede também que o governo apresente os motivos para ter baixado a folha de pagamento no limite de 50%.

Davino afirmou que a educação de Vitória da Conquista vem recebendo um golpe. “Golpe com a falta de transporte de estudantes, golpe com a terceirização da merenda escolar”, disse. “Não podemos aceitar que a merenda, que já foi eleita a terceira melhor do país, seja terceirizada”, comentou.

Em nome do sindicato, ele informou que estão sendo estabelecidas paralisações pontuais para discutir o projeto de educação da cidade. “Para que tenha de fato uma atenção com a educação”, afirmou. Davino solicitou ainda que os vereadores acompanhem as negociações entre o sindicato e a prefeitura.

Os professores da rede municipal suspenderam as atividades e aprovaram um calendário de mobilização. Sem avanço nas negociações com a Secretaria Municipal de Educação, a categoria não descarta greve geral. O Dia D será nesta quarta-feira A Prefeitura não comentou as declarações.


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