SUDOESTE DIGITAL (Da redação) – Uma Ficus benjamina (figueira), árvore plantada no interior do Tiro de Guerra 06-006, de Vitória da Conquista, foi envenenada para que, em seu lugar, fosse construída uma churrasqueira no local. A denúncia chegou à redação na manhã deste terça-feira, 21, e começou a ser apurada. A erradicação da figueira pode não ser classificada como crime ambiental, exceto pela contaminação do solo.
Apesar de boatos atribuírem o ato ao comando da unidade, a reportagem ainda não teve acesso ao teor das investigações. Inicialmente o veneno pode se tratar de um herbicida – produto químico utilizado na agricultura para o controle de ervas classificadas como daninhas.
De acordo com a Lei Federal nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, é crime “destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia”. As penas previstas variam de uma simples multa até a detenção de três meses a um ano.
N.R.: A Ficus benjamina chamadas popularmente de fícus-benjamim, figueira-benjamim ou, simplesmente, figueira. São originárias da Malásia. É uma espécie de planta da família Moraceae pertencente ao gênero Ficus.
A reportagem tenta contato com o comando da unidade e com o Ministério da Defesa, por meio do comando da 6ª Região Militar para que se pronunciem sobre a autoria e investigações a respeito do caso.
A informação foi obtida com exclusividade pelo site Sudoeste Digital, que obteve a confirmação extraoficial do crime ambiental por meio da Defesa Civil e da Secretaria de Meio Ambiente. As duas pastas foram acionadas e os técnicos detectaram a presença de veneno na árvore.
Enquanto outros procedimentos são feitos, eles tentam retirar o líquido, embora boa parte já tenha penetrado no tronco e na raiz da figueira. A revolta entre os técnicos é visível. “Este espaço não é do Exército, é um espaço do município, e eles não tinham autorização de fazer isso”, desabafou um deles. A Prefeitura, responsável pelo espaço, também não se posicionou.
A organização de um TG ocorre em acordo firmado com os municípios e o Comando da Região Militar. O exército fornece os instrutores (normalmente sargentos ou subtenentes), fardamento e equipamentos, enquanto a administração municipal disponibiliza as instalações. Por isto, geralmente, o prefeito se torna o diretor do tiro de guerra. A diretora do TG local é a prefeita Sheila Lemos.
É importante que a população tenha consciência de que quando houver a necessidade de erradicar ou podar árvores, as solicitações devem ser encaminhadas aos órgãos competentes municipais, que se encarregará da análise e execução da tarefa.