Foto: Reprodução | Mandacaru da Serra |
O juiz João Lemos Rodrigues determinou que seis presos à disposição da Justiça, recolhidos na Delegacia da Polícia Civil de Livramento de Nossa Senhora, Bahia, fossem transferidos para Vitória da Conquista, no Sudoeste baiano.
O motivo alegado foi a falta de condições de funcionamento da unidade policial, a qual, inclusive, é alvo de ação do Ministério Público. “Em linguagem mais direta, devido ao total descaso do governo do estado, a delegacia acabou”, reclama o jornalista Raimundo Marinho.
Segundo constatou o MP, não há a mínima estrutura para funcionar. Entre outras coisas, faltam controle e segurança para substâncias, objetos, armas e veículos apreendidos. Não tem pessoal e as instalações físicas e mobiliário são degradantes. A prefeitura local colaborava com cinco servidores contratados, por sua conta, inclusive para a atividade de carcereiro, mas teve de exonerá-los, para atender à exigência legal do concurso público.
Sem pessoal de apoio, para tocar o expediente e, principalmente, sem carcereiro, a carceragem ficou inviável, pior que a “cadeia de papelão”, como debochou o preso Josenilton Correia Sales, 19 anos, que de lá fugiu, em 2016.
Sobraram o delegado, um escrivão e dois investigadores. O juiz teve que determinar a transferência dos atuais presos, previstos para serem levados para Vitória da Conquista, neste sábado. “E os próximos, onde serão recolhidos? Com a palavra, todos aqueles que se dizem nossos representantes: prefeito, vice-prefeita, vereadores e deputados estaduais e federais. É hora de provarem, como prometeram, que querem “o melhor para Livramento”, indagou.
Em seu site (Mandacaru da Terra), o jornalista publicou a relação das autoridades que, segundo ele, estão deixando “a delegacia acabar”. CLIQUE AQUI E VEJA.
O QUE DIZ O MP
O Ministério Público Estadual encaminhou uma recomendação ao delegado de polícia do município de Livramento de Nossa Senhora para solucionar uma série de irregularidades identificadas na estrutura e no funcionamento da Delegacia, dentre elas o armazenamento inadequado de armas, drogas e veículos apreendidos.
O documento foi expedido pelo promotor de Justiça Millen Castro no último dia 28 de junho com prazos de até 60 dias para que sejam sanados os problemas identificados.
Dentre as recomendações do MP está o acondicionamento adequado, em 15 dias, das armas de fogo, acessórios e munições, com inventário identificando quais possuem vinculação a inquéritos policiais e processos judiciais; o inventário, em 30 dias, de todos os veículos que estejam depositados na Delegacia e que possuam vinculação a inquéritos policiais e processos judiciais; e que seja dado o encaminhamento legal às armas de fogo e veículos que não possuam a referida vinculação.
A recomendação também foi encaminhada ao coordenador da 20ª Coorpin de Brumado, para que acompanhe o desenvolvimento das providências solicitadas pelo MP.
Jussara Novaes – Sudoeste Digital (com informações de Mandacaru da Serra e Cecom do MPE)