por Jamile Amine – Um ano após a inauguração de sua sede no Parque do Queimado, no bairro da Liberdade, em Salvador, o Neojiba (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia) não poderá reunir as crianças e jovens atendidas pelo programa para celebrar presencialmente a conquista.
Por causa da pandemia do novo coronavírus, desde 19 de março as atividades foram remanejadas para o meio virtual.
Assim como as aulas, que tiveram que ser reinventadas em um outro ambiente, o aniversário de um ano do novo espaço também será lembrado de uma maneira inusual, através do projeto “Neojiba na Janela”, no qual os integrantes irão cantar e tocar seus instrumentos da janela de suas residências, nas cidades de Salvador, Simões Filho, Jequié, Vitória da Conquista, Feira de Santana e Teixeira de Freitas, a partir das 12h30.
“Dia 9 de julho é a data que o Neojiba festeja a aquisição da sua casa própria. E em homenagem a essa data histórica pra gente – porque a gente esperou 12 anos para ter nosso espaço reservado ao programa -, nós nesse momento de isolamento social faremos esse ato simbólico de cada um em sua casa própria realizar essas apresentações musicais da varanda”, explica o maestro Ricardo Castro, diretor artístico e fundador do Neojiba.
Além das apresentações nas sacadas, às 18h, em uma transmissão pelo Facebook, a data será marcada ainda com uma live em homenagem ao Parque do Queimado, que segundo o maestro é “um dos sítios históricos de Salvador”.
A iniciativa será comandada pelo próprio músico e contará com a participação de integrantes do Neojiba e de convidados. “Claro que ninguém fica feliz em não poder comemorar um ano de abertura da nossa sede, mas pra nós o mais importante é a vida humana. Então, a gente com muita consciência tá passando junto com toda população por esse momento, esperando que nós possamos sair desse momento mais fortalecidos para o que vem aí”, pondera Ricardo Castro.
Para o diretor do Neojiba, a pandemia tornou ainda mais explícito a importância da cultura. “Todos já sabem que não há nada mais forte do que o poder de se comunicar através da arte, inclusive a missão do Neojiba é que a prática artística faça parte do cotidiano de todos os cidadãos.
E nós que hoje temos esse privilégio de tocar um instrumento, de poder tocar em casa, nos sentimos mais fortes com certeza do que o resto da população que apenas está consumindo cultura e arte. Então essa pandemia veio para mostrar mais uma vez que um programa como o Neojiba é fundamental, porque ele defende a democratização, um acesso a uma prática fundamental para o ser humano, que é a prática artística”, avalia o músico.