CRIME | Partido expulsa vereador que ofendeu baianos vítimas de trabalho escravo

O partido Patriota expulsou hoje o vereador de Caxias do Sul (RS) Sandro Fantinel. Durante um discurso na Câmara dos Vereadores, o político ofendeu trabalhadores encontrados em situação análoga à escravidão em Bento Gonçalves (RS).

O que aconteceu?

Diretório nacional do Patriota disse que a fala de Fantinel desrespeitou a dignidade humana. Segundo o partido, o vereador se referiu “de forma vil a seres humanos tristemente encontrados em situação degradante”.
Mesmo expulso do partido, o vereador pode seguir no cargo. Esse foi o entendimento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ao julgar casos semelhantes.
Essa situação torna inconciliável sua permanência nas fileiras do Patriota, partido que prima pelo respeito às leis, à vida e à equidade

O que explica essa decisão?

Fantinel fez discurso preconceituoso. Em sessão na Câmara dos Vereadores de Caxias do Sul ontem, ele disse aos agricultores gaúchos que “não contratem mais aquela gente lá de cima”.

“Única cultura que os baianos têm é viver na praia tocando tambor”, disse ele, minimizando a exploração sofrida pelos trabalhadores.

207 pessoas foram resgatadas na semana passada de condições análogas a escravidão. Elas atuavam na colheita e carregamento de uvas em Bento Gonçalves (RS). A maioria vinha da Bahia.

Eles trabalhavam para uma empresa prestadora de serviço contratada pelas vinícolas Aurora, Salton e Cooperativa Garibaldi.

As vítimas eram obrigadas a viver em um alojamento sujo, comendo comida estragada. Os patrões também usavam choques elétricos e spray de pimenta, segundo depoimentos.

Segundo o Ministério Público do Trabalho, 195 vítimas já estão de volta ao seu estado de origem.

Em audiência, o MPT propôs que os trabalhadores recebam R$ 600 mil por danos morais, além de R$ 1 milhão em verbas rescisórias.


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