EXCLUSIVO | Entre 10 municípios do País, Vitória da Conquista é a única cidade baiana em ‘situação crítica’ para enfrentar a COVID-19

SUDOESTE DIGITAL- Vitória da Conquista ocupa o 6º lugar entre os 10 municípios do Brasil em situação crítica para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. O estudo foi publicado pela consultoria Aquilae se baseia em indicadores sociais, econômicos e de saúde de todos os municípios brasileiros.


Integram a lista das cidades em situação crítica aquelas que, por razões financeiras e infraestruturais, potencialmente sofreriam mais com a COVID-19. Para isso, foram levados em consideração dados do governo federal sobre o sistema de saúde (quantidade de leitos e profissionais de saúde por morador) e as condições econômicas tanto da administração municipal quanto dos habitantes.

Cidades brasileiras mais populosas entre as que estão em situação crítica**
1º Belford Roxo (RJ) – 510.906 habitantes
2º Macapá (AP) – 503.327 habitantes
3º São João de Meriti (RJ) – 472.406 habitantes
4º Olinda (PE) – 392.482 habitantes
5º Caucaia (CE) – 361.400 habitantes
6º Vitória da Conquista (BA) – 338.480 habitantes
7º Ribeirão das Neves (MG) – 334.858 habitantes
8º Juazeiro do Norte (CE) – 274.207 habitantes
9º Magé (RJ) – 245.071 habitantes
10º Santa Luzia (MG) – 219.134 habitantes
** População, segundo estimativa do IBGE para 2019
* A Aquila é uma consultoria internacional com sede em cinco países: Brasil (São Paulo, Nova Lima e Manaus), Portugal, Suíça, Austrália e Colômbia e já atuou, nos últimos oito anos, em 20 países de quatro continentes. Tem publicado uma série de estudos auxiliando empresas e gestores públicos a lidar com a pandemia do coronavírus.

A situação crítica de Vitória da Conquista, que até o momento possui 31 casos positivos para a Covid-19, com três evolução para óbitos (pouco mais de 10% do total) preocupa os responsáveis pelo estudo justamente por conta da estrutura do sistema de saúde e dos indicadores econômicos.

“Quando você olha a população vulnerável, o dinheiro que o município tem disponível, a riqueza local e a estrutura de saúde local, você vê que são duas cidades muito vulneráveis. Ou seja, se o vírus entra nesses dois municípios, a chance de haver um colapso é muito maior. Haveria até mesmo a possibilidade de sobrecarregar a estrutura de Belo Horizonte como consequência, já que os pacientes começariam a migrar para a capital”, analisa o consultor Rodrigo Neves, responsável pelo estudo.

O objetivo do estudo não é mapear o cenário atual da propagação da doença, mas identificar quais cidades potencialmente sofrerão mais com a pandemia caso não haja interferência do poder público, seja no estabelecimento de medidas rígidas de isolamento social, seja em investimentos no sistema de saúde.

“Quais são os municípios que hoje têm mais risco, estão mais vulneráveis e têm menos infraestrutura? Não é onde o vírus está. Falar que uma cidade é crítica não quer dizer que ela vai ter problema com a COVID-19. Nosso objetivo foi verificar com números, fatos e dados, estudando a realidade dos municípios do Brasil do ponto de vista de risco e vulnerabilidade, para apontar que estes são os municípios aos quais o Brasil deveria dar mais atenção. É dar um norte racional, metodológico, com ciência”, defende Rodrigo Neves.
O estudo avaliou indicadores sociais, econômicos e sanitários de todos os municípios brasileiros com dados disponíveis. 

Dos 5.570, 64 foram desconsiderados por falta de informações. Os resultados indicaram que 1.788 cidades do país (32% do total) estão em situação crítica para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Somados, os habitantes dessas regiões correspondem a 40% de toda a população do país.

Belford Roxo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, é a mais populosa das cidades em situação crítica. Lá, vivem mais de 500 mil pessoas. Segundo boletim epidemiológico divulgado nessa segunda-feira (28), o município havia registrado 149 casos confirmados de COVID-19.
SITUAÇÃO GLOBAL DE CONQUISTA – Dos 31 casos confirmados, 24 evoluíram para a cura e 3 para óbito. A primeira vítima fatal foi um homem de 69 anos que faleceu no dia 13 de abril. A segunda morte foi de um senhor, de 76 anos, ocorrida na última quinta-feira, 23 de abril. No último domingo, 26 de abril, a terceira paciente veio à óbito: uma mulher de 62 anos. As três pessoas possuíam comorbidades (quando duas ou mais doenças estão relacionadas).
4 pacientes que testaram positivo para Covid-19 ainda estão em recuperação e aguardam alta: 1 deles encontra-se internado e 3 estão em isolamento domiciliar. Ainda de acordo com o boletim, até o momento, foram notificados 594 casos com suspeita clínica e epidemiológica de infecção pela Covid-19 no município. 
Destes, 468 casos foram descartados e 95 estão sob investigação: 58 aguardam resultado laboratorial e 37 aguardam coleta de amostras para serem enviadas ao Laboratório Central de Saúde Pública, em Salvador, que realiza o exame e divulga o resultado.
Do total de pacientes que aguardam resultado ou coleta, 5 estão internados e 90 cumprem isolamento domiciliar. Segundo o estudo, 1.799 cidades brasileiras (33%) estão preparadas para enfrentar a pandemia. Já 1.919 municípios (35%) foram classificados no nível intermediário.
Percentual de cidades em situação crítica por estado:
1º Maranhão e Amazonas (89%)
3º Amapá e Pará (81%)
5º Acre (77%)
6º Roraima, Piauí e Alagoas (73%)
9º Ceará (69%)
10º Bahia (65%)
11º Pernambuco (60%)
12º Paraíba (58%)
13º Tocantins (44%)
14º Sergipe (43%)
15º Rio Grande do Norte (31%)
16º Minas Gerais (27%)
17º Espírito Santo (18%)
18º Rondônia (12%)
19º Mato Grosso do Sul e Mato Grosso (11%)
21º Goiás e Rio de Janeiro (8%)
23º São Paulo (5%)
24º Rio Grande do Sul e Paraná (3%)
26º Santa Catarina (1%)

Tags #estudo #coronavirus #coronavirusba #coronavirusbr #covid 19

COMPARTILHAR