COVID-19 | Confira detalhes do depoimento de Rui Costa à PF sobre escândalo dos respiradores

O site da revista Veja divulgou na noite desta terça-feira (26) detalhes do inquérito da Polícia Federal (PF) junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que investiga a compra irregular de respiradores pelo Consórcio Nordeste no início da pandemia da Covid-19. Segundo a publicação, o governador Rui Costa (PT), que era presidente do consórcio e é um dos investigados, afirmou à delegada Luciana Caires que o fato de não ter domínio da língua inglesa contribuiu para que ele fosse enganado nas negociações pela microempresa que vendeu, recebeu o dinheiro e nunca entregou os equipamentos.

O consórcio pagou R$48 milhões adiantados à Hempcare para adquirir 300 respiradores. A microempresa atua na área de importação de produtos à base de maconha. Hemp, em inglês, significa maconha. E Care quer dizer cuidado. Questionado pela delegada sobre o nome da contratada, Rui Costa afirmou: “Estava essa denominação da empresa e não em chamou a atenção, no momento, pelo nome, até porque eu não tenho pleno domínio da língua inglesa”.

Segundo o site da revista, o governador da Bahia disse ainda à delegada não saber que o pagamento à Hempcare foi feito antes de ele assinar o contrato. Luciana Caires afirmou, então, que o então secretário estadual da Casa Civil, Bruno Dauster, um dos alvos da operação de ontem (26) da Polícia Federal em Salvador e outros cidades dentro do mesmo inquérito, contou à PF que Rui Costa acompanhava essas questões de perto. “Nesse episódio, não. De pagamento a ser feito antes de eu assinar o contrato? Em hipótese alguma”.

A delegada indagou ainda sobre o fato do contrato não ter constado no Portal de Transparência do governo da Bahia, sendo que outros firmados posteriormente estavam no site. “Não sei. Eu não olho todos os dias o portal e não sei o que lançam. Isso não é função do governador”, respondeu o petista.

O governador da Bahia foi questionado sobre sua relação com o empresário Cleber Isaac, dono de um hotel de luxo em Itacaré e outro alvo da operação da Polícia Federal, intermediário da fraude da compra dos respiradores. Rui Costa negou que tivesse uma relação próxima com Isaac. A delegada insinuou ter provas de que o empresário e o governador se encontraram para tratar da indicação para a compra de respiradores. “É mentira. Não é verdade”, rebateu o petista.

 

 


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