SUDOESTE DIGITAL (Da redação) – Na segunda-feira, 3 de maio, às 10 horas, na Sala do Consistório do Palácio Apostólico, o Papa Francisco presidirá a celebração da Hora Terceira e do Consistório Público Ordinário para a Causa de Canonização de sete beatos.
Dentre eles, Giustino Maria da Santíssima Trindade Russolillo, sacerdote, fundador da Sociedade das Divinas Vocações e da Congregação das Irmãs das Divinas Vocações.
Além de Vitória da Conquista, os Vocacionistas encontram-se presentes em outras quatro dioceses do Brasil: Salvador, Feira de Santana (Bahia); Rio de Janeiro (RJ) e Aracaju (SE)). Consistório é uma reunião de Cardeais para dar assistência ao Papa nas suas decisões.
Os demais canonizados serão:
– Beato Lázaro, chamado Devasahayam, leigo, mártir;
– Beato César de Bus, sacerdote, fundador da Congregação dos Padres da Doutrina Cristã (Os Doutrinários estão presentes no Brasil desde 1947, no estado de São Paulo. Possuem paróquias sob seus cuidados nas cidades de Guaíra , Catanduva, São Paulo, Bertioga. Em Catanduva, fica a provincia. César de Bus fundou também uma Congregação das Filhas da Doutrina, também conhecidas como Ursulinas.);
– Beato Luigi Maria Palazzolo, sacerdote, fundador do Instituto das Irmãs Poverelle – Istituto Palazzolo;
– Beato Charles de Foucauld, sacerdote diocesano;
– Beata Maria Francisca di Gesù (no século: Anna Maria Rubatto), fundadora das Irmãs Terciárias Capuchinhas de Loano;
– Beata Maria Domenica Mantovani, cofundadora e primeira Superiora Geral do Instituto das Pequenas Irmãs da Sagrada Família. (As Pequenas Irmãs da Sagrada Família chegaram ao Brasil, em Santa Izabel do Oeste (PR), no dia 19 de abril de 1976, de onde se expandiram para várias outras comunidades: Enéas Marques, Palmas, Cascavel, Tibagi, Toledo, no Paraná.
Em Itaquiraí (MS), Bataguassú (MS) Marituba (PA), nas quais exercem atividades junto às paróquias, nas pastorais da saúde, pastoral educativa, projetos sociais, bíblico-catequética, litúrgica, e outras pastorais; Ao lado dos Párocos, como cooperadoras, dedicando-se á formação das lideranças; inspirando-se na família de Nazaré.)
Na ocasião, o Santo Padre irá anunciar a data em que proclamará os novos Santos durante Celebração Eucarística a ser realizada no Vaticano.
Charles de Foucauld – Nascido em Estrasburgo, França, em 15 de setembro de 1858, Charles de Foucauld ficou órfão aos 6 anos, crescendo com sua irmã Marie na casa de seu avô materno.
Na adolescência, ele se afasta da fé. De fato, em suas biografias oficiais, ele é descrito como “um amante dos prazeres e de uma vida fácil”. Aos 20 anos herdou de seu avô a herança familiar. Ao ingressar na carreira militar, foi enviado inicialmente para a Argélia e depois para a Tunísia. O testemunho de fé dos muçulmanos despertou nele esta questão: “Mas Deus existe?”. A esta pergunta ele respondeu: “Meu Deus, se você existe, deixe-me conhecê-lo”.
Ao retornar à França, depois de quatro anos, ele se demitiu do exército, passando então a viajar para explorar países e conhecer pessoas. Guiado em sua vida espiritual por Dom Huvelin, encontrou Deus em outubro de 1886, aos 28 anos: “Como acreditava que Deus existia, compreendeu que não poderia fazer outra coisa senão viver só para Ele.”
Após um período na Terra Santa, em Nazaré, volta a Paris, sendo ordenado sacerdote aos 43 anos, em 1901, na Diocese de Viviers, sendo então enviado como missionário à Argélia, onde se estabelece entre os nativos Beni Abbes, transferindo-se para o coração do deserto do Saara entre a população Tuareg:
“Seria necessário que muitos religiosos e religiosas e bons cristãos – escrevia padre Charles – vivessem aqui para fazer contato com todos esses pobres muçulmanos e instruí-los”. “Os tuaregues perto de mim dão a maior doçura e satisfação; entre eles tenho excelentes amigos”. Mas depois de 10 anos – observa em seus escritos – “nem mesmo um único convertido! Devemos orar, trabalhar e ser pacientes”.
No deserto argelino, viveu uma vida de oração – meditando continuamente a Sagrada Escritura – e de contemplação, no desejo incessante de ser o “irmão universal” de cada pessoa, à imagem do amor de Jesus por cada homem.
Em 1916 a guerra na Europa também chegou ao deserto do Saara e o padre Charles foi vítima de uma emboscada em 1º de dezembro de 1916.
Afeição papal – Charles de Foucauld é uma figura muito querida pelo Papa. Em sua Encíclica Fratelli tutti, Francisco definiu-o como uma “pessoa de profunda fé que, a partir de sua intensa experiência de Deus, fez um caminho de transformação a ponto de se sentir irmão de todos”.
O arcebispo de Argel, capital da Argélia, dom Paul Desfarges, ao comentar a Encíclica, disse que o fato de o Papa ter escrito que se inspirou no Beato Charles de Foucauld para seu documento é importante “porque a relação com o outro, intensa e plena” que o futuro Santo “viveu até o fim, é o que dá vida à fraternidade e faz a Igreja viver mais plenamente”.
E em sua Encíclica Laudato si‘, Francisco escreveu: “A espiritualidade cristã, a par da admiração contemplativa das criaturas que encontramos em São Francisco de Assis, desenvolveu também uma rica e sadia compreensão do trabalho, como podemos encontrar, por exemplo, na vida do Beato Charles de Foucauld e seus discípulos”.
Na Missa celebrada na capela da Casa Santa Marta no centenário da morte do futuro Santo, em 1° de dezembro de 2016, o Papa Francisco afirmou que Charles de Foucauld foi «um homem que venceu muitas resistências e deu um testemunho que fez bem à Igreja». | com informações oficiais do Vatican News.