Antônia Rodrigues comemorou os 67 anos vestindo uma farda personalizada com o nome dela em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Apaixonada pela corporação, ela ‘bate continência’ ao ver um policial desde que era criança.
Uma idosa ‘apaixonada’ pela Polícia Militar ganhou uma festa surpresa com o tema da corporação para celebrar os 67 anos em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Ao g1, Antônia Rodrigues contou que ‘bate continência’ sempre que vê um agente, como foi ensinada pelo pai ainda na infância. “Amo muito a minha polícia, amo muito a autoridade”, disse ela.
Segundo a mulher, o amor pela PM surgiu quando ela ainda era criança, em Vitória da Conquista (BA), onde nasceu. A baiana cresceu ouvindo o pai contar histórias sobre a bravura do avô dela, que era delegado regional em Poções (BA), cidade vizinha.
Apesar do aniversário dela ser em 12 de junho, foi no último domingo (16) que a idosa chorou de emoção ao se deparar com a festa planejada pela família no bairro Jardim Suarão, em Itanhaém (SP). Com direito a tapete vermelho, ela se encantou ao vestir a farda personalizada com o próprio nome e por cantar os parabéns com dois amigos PMs.
História de garra
A paixão de Antônia pela PM está diretamente ligada à história de vida dela, que foi encarregada de muitas responsabilidades desde cedo. Ainda na Bahia, ela se casou aos 14 anos e de forma ‘arranjada’ com um homem, com quem teve oito filhos.
Analfabeta, Antônia se mudou com a família para Peruíbe (SP) aos 26 anos, mas se separou e logo passou a viver em Itanhaém (SP). Enquanto lutava para sustentar os filhos com o trabalho em um bar, ela levava os ensinamentos do pai para onde quer que fosse.
Com as histórias sobre o avô, que era da Polícia Civil, e a admiração pela PM, a idosa criou o hábito de orar pelos policiais. Ela contou que, inclusive, dá ‘puxões de orelha’ quando vê um deles com a cabeça para fora da viatura, preocupada com os possíveis riscos à integridade física do agente.
“Já nasci assim, com esse amor, com essa paixão, e eu amo […] Onde eu via um policial, saudava com continência. Aprendi de seis anos para sete anos, e pela graça e o amor de Jesus Cristo, continuo assim e sou apaixonada [pela corporação]”, disse a idosa.
Surpresa emocionante
Antônia não desconfiava da surpresa, até porque a família havia realizado uma festinha no dia do aniversário dela. A filha Maria de Fátima Rodrigues, de 51 anos, explicou que a primeira comemoração teve o intuito de ‘despistar’ a mãe.
Maria entrou em contato com um PM conhecido do batalhão municipal, que conversou com o comandante e planejou a ida à festa com mais um colega. Quando a idosa chegou na casa da neta, foi logo chamada para ‘se trocar’ pela outra filha e por uma esposa de um amigo.
“Me levaram para o quarto e me trocaram como se estivesse indo para um casamento […] Quando vi aquela farda, fui ao céu e voltei de alegria”, disse Antônia.
No momento em que os PMs chegaram e a chamaram carinhosamente de ‘sargento’, ela não conteve as lágrimas. Os parabéns foram assim: na presença de entes queridos e também daqueles por quem ela ora diariamente.
“O carinho que eu tenho pelos militares, pelo batalhão, é muito rico, é muito lindo. E eu peço a Deus todos os dias para abençoar todo o povo da face da Terra”, finalizou ela.