Bahia é uma das promessas do time sub-20 do Corinthians, que enfrentará o Guarani pela segunda fase da Copa São Paulo, nesta sexta-feira (12), às 17h15 (de Brasília). Natural de Vitória da Conquista, o garoto se destacava nas escolinhas da região e ouviu uma promessa do pai que mudou sua vida.
Aos completar 10 anos, foi levado para fazer uma “turnê” por grandes clubes do Brasil para fazer testes. O primeiro lugar que o jovem tentou a sorte foi justamente no time de coração.
“Meu pai falou para minha mãe procurar no site do Corinthians sobre a peneira. Ela me inscreveu e mandou meus documentos para São Paulo, mas eu não sabia de nada. Quando eles me contaram sobre o teste, eu até chorei”, disse Bahia ao ESPN.com.br.
Após poucas semanas, ele foi aprovado na peneira com o elenco sub-11. Em seguida, voltou para a cidade e terminou os estudos antes de se reapresentar ao Corinthians no começo do ano seguinte.
Sem poder morar nos alojamentos por causa da idade, Bahia contou com a ajuda da família para realizar o sonho.
“Quando passei no teste, o pessoal da cidade ficou surpreso porque os meus pais largaram tudo na Bahia e se mudaram comigo para São Paulo. Meu pai deixou os funcionários tomando conta da loja de celular que ele tem”, relembrou.
Com o dinheiro obtido com o comércio em Vitória da Conquista, a família pagava as contas na capital paulista.
“A gente alugou um apartamento em frente ao Corinthians. Sofremos bastante no começo por causa do frio e da distância para o resto da família. Minha mãe chorava muito de saudades”.
O garoto chegou a jogar como meia e atacante antes de fixar como volante, aos 12 anos.
“Sou muito fã do Toni Kroos (Real Madrid) por causa da leitura de jogo, inteligência, passe longo, que adoro fazer, e a finalização de fora da área. Ele é muito bom tecnicamente. Também tenho como referência o Renato Augusto, com quem treinei no elenco profissional umas vezes, mas não conversei muito com ele”.
Bahia não é o único da família com o sonho de ser jogador. Seu irmão mais novo joga atualmente na base do Corinthians.
Destaque do Timão, o volante foi convocado para as seleções nas categorias sub-15 e sub-17.
“Foi um espetáculo porque nunca pensei que pudesse me firmar tanto. Consegui ter uma sequência e fui campeão do Sul-Americano sub-17. Jogamos contra o Echeverri (River Plate) no último jogo do hexagonal contra a Argentina e vencemos. Eu o marquei e ele não conseguiu jogar tão bem. Fiz alguns desarmes durante a partida. É difícil enfrentá-lo porque joga muito”, contou.
Em novembro do ano passado, ele viveu duas sensações opostas. Pouco tempo depois de tornar-se pai pela primeira vez, o volante sofreu uma lesão no reto femural e ficou de fora do Mundial sub-17, faltando apenas três dias para a estreia na competição.
“Tenho uma cabeça boa e sei que a lesão me atrapalhou um pouco. Corria o risco de não jogar a Copinha, mas me tratei bastante para voltar em quatro semanas”.
“Sempre quis jogar essa competição. A Fiel não dá para explicar porque é uma atmosfera absurda. No lugar que a gente joga a torcida lota o estádio e apoia o tempo todo”, destacou.
Aos 18 anos, Bahia espera alçar voos ainda maiores na carreira.
“Quero fazer o meu melhor na competição para até o final do ano estrear no profissional e a torcida me conhecer. Tenho certeza que será o meu ano. Desejo deixar meu legado no Corinthians com muitos títulos e virar ídolo. Quero me firmar na seleção brasileira e ganhar a Copa do Mundo”, finalizou.
