CONQUISTENSE | Enfermeira acusada de racismo diz que foi agredida e ‘perdeu controle’: ‘Acabei exagerando’

Camilla Ferraz Barros saiu de delegacia cobrindo rosto Crédito: Reprodução

A conquistense Camilla Ferraz Barros, ex-gerente de operações do Hospital Mater Dei Salvador e enfermeira, prestou depoimento nesta sexta-feira (10) na Coordenação de Repressão aos Crimes de Intolerância e Discriminação (Coercid), mas preferiu ficar em silêncio. Ela permaneceu na delegacia por cerca de 1h, mas nada falou. Camila chegou e saiu acompanhada pelo advogado, com o rosto coberto. Ela é investigada por injúria racial após chamar uma funcionária da loja Petz do Imbuí de “petista, baixa e preta”.

Em áudio encaminhado a um grupo do então trabalho, no Hospital Mater Dei, Camilla disse que foi agredida e que “acabou exagerando” por conta disso. A mensagem foi divulgada pela TV Bahia.

“Vocês têm contato comigo e sabem que não sou uma pessoa racista, vim de baixo. Eu perdi o controle na loja depois de ter sido agredida fisicamente pela vendedora, então a única coisa que tinha para não agredir a vendedora era agredir com palavras, e acabei exagerando. Me desculpa a quem tem a cor negra, só posso pedir desculpa a vocês. Estou sendo ‘achuncalhada’, o Mater Dei está sendo citado, acredito que a empresa vai estar me desligando, mas faço questão de pedir desculpa a cada um de vocês”, diz ela na mensagem, em meio às lágrimas.

Camilla diz ainda na mensagem que fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). “Vocês sabem minha essência, me conhecem diariamente e sabem que não sou essa pessoa. Só queria mesmo me explicar e dizer que antes disso tudo eu fui agredida, fui pro IML e só colocaram a parte que era conveniente pra mídia”.

Em nota, a Polícia Civil destaca que Camilla optou por silêncio hoje, “um direito constitucional que lhe assiste”. Diz ainda que no boletim de ocorrência, a gerente do estabelecimento relatou ter sido ameaçada e agredida por uma cliente, além de ter sido vítima de injúria racial, com a cliente proferindo palavras de teor racista. Já a acusada alegou ter sido xingada e agredida fisicamente por funcionários e dois seguranças do local, além de ter sido filmada sem autorização. “Até o momento, 17 pessoas já foram ouvidas, e a Polícia Civil aguarda os laudos de lesão corporal. As investigações seguem em andamento para apurar todos os fatos relacionados ao caso”, acrescenta o texto.

Pouco tempo depois do episódio, Camilla foi demitida. Em nota, a Rede Mater Dei de Saúde informou o desligamento da gerente de operações e que não tolera qualquer ato discriminatório por parte de seus integrantes, assim como reafirma seu compromisso com a igualdade e a inclusão. “Após uma sindicância interna que envolveu a diretoria, o setor jurídico e compliance, a decisão foi comunicada neste domingo (5). A Rede Mater Dei de Saúde não tolera qualquer ato discriminatório por parte de seus integrantes e reafirma seu compromisso com a igualdade e a inclusão”, diz trecho do comunicado. | Correio.


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