SUDOESTE DIGITAL (Da redação) – O empresário Luciano Hang, dono das Lojas Havan, determinou, nesta terça-feira (27), a postagem de um vídeo que flagra todos os suspeitos de terem efetuado transações com cartões clonados na unidade da empresa em Vitória da Conquista. Por meio do uso de reconhecimento facial, as imagens dos rostos dos suspeitos foram ampliadas e mostradas nas redes sociais da empresa. A reportagem aguarda manifestação da defesa dos suspeitos, uma vez que eles não foram citados nominalmente pelas autoridades judiciárias que fizeram o indiciamento por estelionato.
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Com a legenda: “criminosos são indiciados por usar cartão clonado na Havan, em Vitória da Conquista (BA)”, a direção da loja desafia os que tentam burlar o sistema. “Nenhum crime passará impune!”.
Mais abaixo, a postagem destaca a atuação da Polícia Civil de Conquista. “Parabenizamos Paulo Henrique de Oliveira, Delegado Titular da 1ª Delegacia Territorial de Vitória da Conquista (BA) e toda sua equipe que identificaram 12 criminosos envolvidos em crimes de estelionato, receptação e associação criminosa, após investigações sobre o uso de cartões de crédito e débito clonados na loja Havan da cidade”.
Após darem um prejuízo de quase R$ 62 mil em compras, as tecnologias de reconhecimento facial presentes em nossas 177 megalojas em todo o Brasil auxiliaram na identificação dos envolvidos, com isso, a polícia recuperou parte dos produtos”.
“Continuaremos expondo casos como esse, crimes não podem ser tolerados e normalizados em nosso país. Como já diria Luciano: “Quem for em nossas lojas com a intenção de cometer algum delito, pode ter a certeza de que será pego e ficará famoso”, finaliza a nota.
ENTENDA O CASO – No dia 21/08/2024, a Polícia Civil da Bahia, através da 1ª DT de Vitória da Conquista, concluiu as investigações de 14 inquéritos, cujas apurações deram início há 34 dias, em 18/08/2024, relacionadas à compra de diversos objetos, especialmente eletro eletrônicos, na Loja Havan de Vitória da Conquista, através do uso de cartões clonados, realizada entre os dias 12 e 13 de julho de 2024.A soma das compras feitas por meio fraudulento nestes 14 inquéritos totaliza um prejuízo de R$61.241,15. A Polícia Civil conseguiu recuperar 3 TVs, 2 celulares e 5 caixas de som JBL, 1 perfume, 1 mochila e 1 furadeira, o equivalente a R$28.437,89, restituindo a vítima.
LINK DO VÍDEO:
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A partir da realização de 59 oitivas de pessoas, bem como da análise de diversas imagens de câmeras de segurança da loja, a Polícia Civil identificou e responsabilizou criminalmente 12 pessoas (cinco mulheres e sete homens) pelas práticas dos crimes de estelionato, receptação simples, receptação qualificada e associação criminosa. Através do Departamento de Inteligência Policial (DIP) da PCBA e Departamento de Polícia Técnica (DPT), alguns estelionatários também foram identificados pela tecnologia do reconhecimento facial.
COMO O ESTELIONATO ERA PRATICADO
Os cartões clonados foram adquiridos através de anúncios em grupos de TELEGRAM, sob a oferta de cartão sem limite. Após receber o cartão, dois homens começaram a efetuar compras na sexta, dia 12/07/2024. Um deles (H1), na companhia de sua esposa (M1) passou a pagar R$100,00 para conhecidos irem na Loja Havan comprar eletro eletrônicos. Após as compras, H1 levava o material para um receptador no bairro Candeias que lhe pagava uma parte em dinheiro. Este homem (H1) foi indiciado 7 vezes por estelionato e 4 vezes por associação criminosa. A esposa (M1), que também participou de toda empreitada, e inclusive digitou a senha do cartão foi indiciada 6 vezes por estelionato e 4 vezes por associação criminosa.
Outro homem (H2), ex-funcionário de um conjunto penal, que também adquiriu cartões clonados, fez diversas compras e usou conhecidos, ex-namorada e até parentes para entrar na loja. Ele também praticou o mesmo golpe na Loja Havan de Barreiras no dia 15/07/2024, tendo sido instaurado um inquérito pela Polícia Civil naquela cidade. Ele também aliciou outras pessoas para entrar na loja e lhe fazer compras com os cartões clonados. Dias depois vendeu grande parte da mercadoria para um receptador também identificado. H2 foi indiciado 7 vezes por estelionato e 8 vezes por receptação qualificada.
Uma das mulheres aliciada por ele (H2) é uma dentista que já foi indiciada neste mês de agosto duas vezes pelos crimes de receptação, ocasião em que ela tentou vender materiais odontológicos comprados com cartão clonado. Inclusive em um desses inquéritos ela foi indiciada junto com H2. Às 20:32 do dia 13/07/2024, ela comprou 1 notebook, 1 caixa BoomBox JBL e 1 celular, causando um prejuízo à vítima de R$7.119,70 e por isso foi indiciada, pela terceira vez no mês de agosto, pelo crime de estelionato por uso de cartão clonado.
Um vendedor de carros de uma grande revendedora de veículos da cidade também fez compras com cartão clonado na Loja Havan. Ele (H3) foi indiciado 2 vezes por estelionato e 2 vezes por associação criminosa.
A Polícia Judiciária identificou um empresário do ramo de reformas residenciais como receptador (H4) para quem H1 teria vendido grande parte dos eletro eletrônicos e recuperou com ele 3 TVs, 2 celulares e 5 caixas de som JBL, cujo valor total de nota fiscal da loja é R$27.499,00. Ele alegou ter adquirido os objetos através de um anúncio no facebook, pagando apenas R$11.500,00, sem apresentação de nenhuma nota fiscal. Este empresário (H4) foi indiciado 8 vezes por receptação qualificada em 8 inquéritos diferentes.
Outra mulher (M2) foi identificada como receptadora porque recebeu um PIX no valor de R$1.000,00 como parte do pagamento feito pelo empresário-receptador H4. Este informou que foi uma conta PIX indicada pelo vendedor-estelionatário H1. Ao ser interrogada, a receptadora M2 não conseguiu explicar a origem desse pagamento e foi indiciada 8 vezes pelo crime de receptação em 8 inquéritos autônomos.
A Polícia Civil orienta que a maneira mais segura de saber a procedência na compra de um eletro eletrônico novo é com a apresentação de sua nota fiscal. Além disso, alerta à população para que não compre cartões clonados na internet ou em grupos de redes sociais, pois qualquer um que vier a utilizá-los poderá ser identificado e responderá ao menos pelo crime de estelionato.
Ao todo foram feitos os seguintes indiciamentos: 29 por estelionato, 6 por receptação simples, 16 por receptação qualificada e 11 por associação criminosa. Os investigados respondem em liberdade e qualquer novo crime praticado por eles a partir dessa data terão pedido de prisão representado pela Polícia Civil. Todos os 14 inquéritos foram concluídos e remetidos ao Poder Judiciário com os respectivos indiciamentos.