Fechamento das escolas da zona rural foi o tema da audiência pública realizada na manhã dessa terça-feira, 27, na Casa do Povo. A audiência proposta pelo vereador Valdemir Dias (PT) contou com a presença da presidente sindicato dos professores, SIMMP, Ana cristina Novaes; do presidente do sindicato dos trabalhadores rurais Daniela Ferreira; Ildeon Ferreira Pinto, presidente da associação dos pequenos produtores de Campo Formoso; e a representante do conselho pedagógico do SIMMP, Ana Cláudia.
Professores sendo sabatinados – Ana Cláudia, do Conselho pedagógico do Simmp, iniciou sua fala lamentando a situação das escolas da zona rural: “Sinto uma tristeza profunda e uma vergonha imensa do governo por estarmos aqui discutindo esse assunto”.
Ela lembrou que a constituição Federal assegura que a educação é direito de todos, bem como o acesso e a permanência na escola. Ana Cláudia relatou todas as Leis Federal e Estadual que assegura o direito a educação e cobrou do governo municipal o cumprimento das mesmas. Ela contou ainda que o sindicato tem feito visitas as escolas da zona rural e foi detectado que salas de aula com 30 alunos do primeiro ao sexto ano, “que qualidade estamos dando a esses alunos? indagou.
“O governo não está oferecendo transporte aos professores e será que vai garantir para os alunos?”. Ela questionou ainda sobre os alunos de Campo Formoso que foram matriculados na cidade de Belo Campo: “O prefeito de lá assegurou transporte a esses alunos. “Os alunos vão pra lá e perdemos recursos”, contou.
Por fim ela questionou o porque do secretário de educação esta fazendo visitas as escolas e sabatinando professores: “Nosso secretário de educação esta indo nas escolas sabatinar os professores para que atinjam 7 metas até o fim do mandato. Vamos convidar eles para vir na Câmara ser sabatinado para saber quais as leis eles não estão cumprindo”, concluiu.
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“Ele falou que passa por cima da zona rural, mas ele leva as crianças para o Iguá”, denunciou. “Como é que vão acabar com a escola de Campo Formoso? Nós precisamos lutar, não vamos parar por aqui”, disse Ildeon, que anunciou que a comunidade fará uma manifestação na porta da Prefeitura Municipal. “Vamos fazer um protesto na porta da Prefeitura, pra ver se Herzem Gusmão recebe nós, porque ele não recebe ninguém”, finalizou.
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“Nós escrevemos um texto para o conselho, formamos uma comissão no dia 2 de outubro do ano passado e essa comissão nunca se reuniu”, lamentou completando que “se não formos pra embate, não vamos conseguir”.
Ana Cristina disse ainda que o maior erro do governo é pensar a educação como gasto e não como investimento, “gasto é contratar assessorias”. Lamentou a falta de um representante da secretaria de educação para debater o fechamento das escolas. “Fizemos um parecer contra o fechamento dessas escolas. No conselho municipal somos minoria, mas somos a voz do povo”, finalizou.
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A sindicalista frisou que “o governo público quer sacrificar os nossos alunos” para manter as contas da Prefeitura. “Nós não temos culpa porque nós pagamos os nossos impostos”, declarou.
Ela avalia que o fechamento das escolas força os alunos a uma situação muito desfavorável, pois têm que acordar mais cedo, enfrentar distâncias e a situação precária das estradas rurais. Ferreira cobrou uma posição da Prefeitura: “Está na hora de [o prefeito] sair da zona de conforto e ir conhecer a zona rural”. Ela ainda disparou: “Dizem que querem fazer a mudança que o povo quer. Mas essa mudança a gente não quer”.
GALERIA DE IMAGENS (AG. SUDOESTE DIGITAL)
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