CONQUISTA | Tremores não causaram danos a edifícios em Vitória da Conquista, diz defesa civil

Um terremoto de magnitude 4,6 foi registrado no interior da Bahia na manhã deste domingo (30). Segundo cálculos do Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o epicentro foi em Mutuípe, na região de Amargosa.

A Defesa Civil municipal de Conquista foi acionada e realizou vistorias nos edifícios onde os tremores foram sentidos com maior intensidade. A constatação dos técnicos do órgão é de que, apesar do susto, não houve danos às estruturas dos imóveis avaliados.

O engenheiro da Defesa Civil, João Gabriel Santos Queiroz, disse que  todas as ocorrências vistoriadas foram situações leves, sem patologias que ofereçam riscos às edificações.

Vitória da Conquista fica distante cerca de 230 Km em linha reta do epicentro do terremoto.
Os tremores foram sentidos em pelo menos 43 municípios, inclusive em Vitória da Conquista, como no alto do Bairro Guarani (imagens/Sudoeste Digital) na parte leste.

Na zona leste da cidade, região com maior concentração de edifícios, moradores relataram que sentiram o abalo acompanhado de um forte barulho. Assustados, muitos ligaram para a Defesa Civil e Corpo de Bombeiros. Alguns chegaram a desocupar os imóveis após presenciarem o tremor das paredes, móveis e objetos.

Em Salvador, a cerca de 130 Km do epicentro, a Codesal (Defesa Civil de Salvador) recebeu 22 telefonemas de moradores de 16 diferente bairros relatando os tremores. Na capital do Estado, assim como em Vitória da Conquista, também não houve ocorrências graves nem feridos.

Os danos mais expressivos foram registrados em São Miguel das Matas, próximo a Mutuípe. De acordo com a Defesa Civil local, até o fim da tarde, pelo menos 50 casas na zona rural do município apresentaram rachaduras. Cerca de 20 famílias tiveram que sair de suas residências devido ao risco de desabamento.

Ao todo, nove registros de terremotos na região de Amargosa aparecem no site do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP). Todos na manhã deste domingo, com magnitudes entre 1,6 e 4,2.

Em nota, o Instituto de Geo Ciências (IGeo) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), disse que as rochas da região possuem fraturas onde elas se movimentam umas em relação às outras. Como estas estruturas possuem grandes dimensões, mesmo movimentos de alguns centímetros, quando ocorrem, liberam muita energia. Essa energia é então transformada em vibração e som, que são sentidos pela população.

O IGeo disse ainda que os relatos de terremotos na Bacia do Recôncavo são descritos desde o início do século passado.

De acordo com o Centro de Sismologia da Universidade do Estado de São Paulo, foram relatados abalos em 43 municípios – Ilhéus, Itabuna, Dário, Meira, Itacaré, Aurelino Leal, Jequié, Maracás, Camamu, Piraí do Norte, Gandu, Teolândia, Cravolândia, Jaguaquara, Itiruçu, Presidente, Tancredo Neves, Jiquiriçá, Ubaíra, Santa Inês, Mutuípe, Laje, Valença, São Miguel das Matas, Amargosa, Brejões, Santo Antônio de Jesus, Muniz Ferreira, Elísio Medrado, Nazaré, Cruz das Almas, Conceição do Almeida, Itaberaba, Iaçu, Feira de Santana, Salvador, Ipirá, Sapeaçu, Castro Alves, Varzedo, Lauro de Freitas, Capim Grosso, Euclides da Cunha, Dom Macedo Costa e Vitória da Conquista.

Como começou

Moradores de municípios do Vale do Jiquiriçá e do Recôncavo Baiano acordaram assustados na manha deste domingo (30). Dois terremotos foram registrados em Amargosa na Bahia, entre as 7h44 e 8h18.

Os eventos sísmicos foram registrados por estações internacionais e por todas as estações da rede sismográfica do Brasil, entidade integrada pelo Serviço Geológico Brasileiro e por universidades e centros de pesquisa de todas as regiões do país.


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