A instituição ainda não se manifestou sobre o caso, mas profissionais de equipes de comunicação da Uesb, ligados ao SURTE, lançaram carta aberta rechaçando as denúncias. Leia ao final do texto.
O QUE ESTÁ SENDO ALEGADO – No documento, o Sinjorba resume relatos de jornalistas que acusam a direção do SURTE e da assessoria de perseguição, alienação profissional, descredibilização, intimidação, isolamento nos grupos de trabalho, intransigência com a divergência de opinião e/ou método de trabalho, além de transferências unilaterais de profissionais para outros setores da universidade. Segundo o sindicato, a situação tem levado ao adoecimento dos servidores, alguns hoje sob atendimento psicológico e psiquiátrico.
Pelo menos quatro jornalistas foram vítimas de medidas que apontam clara perseguição. Dois profissionais foram transferidos de setor, unilateralmente, pela direção do SURTE, uma outra está afastada com diagnóstico médico de “sofrimento psicológico por causa do trabalho” e outra, contratada através de empresa terceirizada, foi dispensada intempestivamente no dia 24 de fevereiro passado, sem qualquer justificativa concreta. Seus relatos constarão de uma denúncia que o Sindicato dos Jornalistas fará ao Ministério Público do Trabalho (MPT), com solicitação de abertura de procedimento de investigação contra os órgãos citados.
Ainda no documento à Reitoria, o Sinjorba relata que há um fato gravíssimo no caso que envolve a demissão da funcionária contratada sobre regime terceirizado. Uma outra jornalista, que ingressou por processo seletivo, foi transferida unilateralmente no mesmo dia 24 de fevereiro. Ambas suspeitam que conversas entre elas sobre o ambiente do trabalho, em um aplicativo de mensagem, foram violadas e chegaram ao conhecimento da direção, o que teria provocado a demissão e a transferência. Corrobora a suspeita o fato de outros diálogos pessoais de uma delas terem sido divulgados e se tornado tema de conversas no local, com passagens que só pessoas envolvidas poderiam ter tido acesso. A jornalista entrará com queixa-crime na polícia civil nesta quarta-feira (01), para que seja investigada a violação.
Para o presidente do Sinjorba, Moacy Neves, os fatos são graves e precisam de uma resposta efetiva e urgente da Reitoria. “Desde o ano passado, temos recebido queixas de colegas sobre a situação na TV e Rádio UESB, mas o medo dos envolvidos de se exporem impediu que a entidade tomasse providências concretas”, informa.
O sindicalista diz que, agora, o quadro mudou, primeiro, porque os profissionais decidiram falar e estarão à disposição como testemunhas e, segundo, porque a gravidade do que ocorreu nos últimos dias exige um posicionamento do Sindicato. “Inicialmente, pensamos até em procurar a direção da SURTE e da assessoria, mas, como as acusações de assédio são contra os próprios dirigentes, a entidade, preferiu ir diretamente à Reitoria e ao MPT em busca de uma ação externa mais efetiva”, finalizou.
OUTRO LADO
EQUIPE DE COMUNICAÇÃO DA UESB LANÇA CARTA ABERTA CONTRA ACUSAÇÕES DE ASSÉDIO MORAL
Com enorme preocupação, vemos uma notícia veiculada, recentemente, em alguns blogs de Vitória da Conquista e outras cidades da Bahia, versando sobre um suposto assédio moral envolvendo a direção do Sistema Uesb de Rádio e TV Educativas (Surte) e da Assessoria de Comunicação (Ascom) da Uesb a quatro jornalistas. Os jornalistas, que fazem a acusação de assédio, foram desligados ou realocados, sendo as respectivas decisões administrativas devidamente fundamentadas.
Enquanto equipe de comunicação e jornalismo, nos causa estranheza a divulgação do Sinjorba sem apuração dos fatos e sem um posicionamento da Uesb. Aprendemos que os fatos precisam ter as duas versões. Somos uma das maiores equipes de comunicação do interior da Bahia e mudanças de setor e desligamentos são comuns em qualquer organização, seja ela pública ou privada, o que não caracteriza perseguição ou assédio moral.
No caso do Surte/Ascom, nunca presenciamos situações que se caracterizam dessa maneira, como assédio, perseguição ou algo semelhante, ao contrário, sempre testemunhamos flexibilizações para todas as questões pessoais e profissionais, mesmo não sendo uma obrigação de nenhum empregador. Na verdade, o que vivenciamos é uma compreensão diferente da que encontramos na maior parte dos locais de trabalho. Além disso, o ambiente sempre foi aberto ao diálogo, com uma defesa clara pela diversidade de opiniões e pensamentos, em respeito ao caráter democrático não só do fazer jornalístico como de uma universidade pública.
Diante do exposto, rechaçamos as alegações feitas ao Sinjorba e repudiamos a ausência de apuração feita pelo Sindicato a respeito da sua veracidade. Em tempo, também reafirmamos o nosso apoio aos gestores da Uesb, sobretudo aos gestores do Sistema Uesb de Rádio e Televisão Educativas e da Assessoria de Comunicação da Universidade.
Alex Lima
Ana Carolina Freire Andrey Oliveira Aroldo da Silva Santos Cebola Quadros
Diego Rocha
Eric Santos
Fabrício Gama
Jacqueline Silva Jamilly Amorim Joabson Silva Leiane Oliveira Manuela Scipioni Mara Ferraz Marcéu Sousa Mário Ribeiro Patrícia Coeli Patrick Moraes Rafael Sousa Rodrigo Novaes Taís Patez Wanderson Jelinuir