
A Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC) vem discutindo o autismo por meio de várias ações, desde reuniões, audiências e projetos de lei. Na manhã desta quarta-feira, 19, o tema voltou a ser debatido, dessa vez numa sessão especial.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, 70 milhões de pessoas em todo o mundo são autistas. Conforme o Ministério da Saúde, dificuldade para interação social, dificuldade com a linguagem e comportamento repetitivo e restritivo são as principais características de quem convive com o autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA). Por não se tratar de uma doença, o autismo não tem cura. Mas, serviços de reabilitação intelectual podem ajudar o autista a ter integração social e melhor qualidade de vida.
Além dos vereadores, participaram da sessão a presidente da ACAEPA (Associação Conquistense para Atendimento Especializado à Pessoa Autista), Vitória Aparecida; a gerente do Caps Infantil de Vitória da Conquista, Ana Cláudia Resende; coordenador de transporte público da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), Micael Batista; a representante da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, Cléia Malta.

Ela disse que já está há dois anos e quatro meses reivindicando os direitos da entidade e principalmente das crianças autistas. Vitória relatou que, desde 2017, passou por várias secretarias e até agora só promessas. Quanto às demandas da organização, a presidente disse que falta ao município, uma fonoaudióloga para acompanhar continuamente as crianças, educação especializada para a pessoa autista e cobrou ações das secretarias de mobilidade urbana (pela preservação da gratuidade para autistas, inclusive no transporte alternativo) e de desenvolvimento social (para dar um maior suporte para a entidade).




Janaína também afirmou que para que isso aconteça, o município tem fornecido várias classes diurnas para haver inclusão de crianças autistas. A professora também disse que há uma inscrição significativa de alunos com deficiência na educação municipal, já que a obrigatoriedade é recente e, por fim, ressaltou que é um grande o desafio, porém há um grande progresso por parte dos alunos portadores do espectro autista.

Ela explicou que quando o paciente procura os serviços do Caps ele automaticamente é incluído e passa a frequentar o serviço com plano terapêutico individual. “Tem crianças que precisam de atendimento breve, outros já precisam estar lá há mais tempo e precisamos atender a todos”, falou.
Disse ainda que o serviço de Assistente Social é um direito de todos e que atualmente o Caps infantil tem 91 crianças e adolescentes cadastrados usando o serviço. “Atendemos transtornos severos, somos especializados, mas não somos exclusivos do espectro autista.
Hoje temos pacientes com quadro de alto mutilação, suicídio, agressividade, demandas que têm crescido muito e temos que dar mais a quem precisa mais, porque são pacientes que precisam de maior atenção”. Finalizou lembrando que as oficinas acontecem diariamente nas segundas, terças e sextas-feiras pela manhã e nas quintas-feiras à tarde para acolhimento desses pacientes.

“Deixo aqui à disposição toda a estrutura da secretaria”, disse ela, ressaltando o trabalho de identificação das famílias em situação de vulnerabilidade, a fim de oferecer o melhor trabalho possível. “Foram mais de 4 mil pessoas atendidas somente nos 8 centros de referência em Assistência Social”, disse ela, ressaltando a quantidade de atendimentos já realizados pelos equipamentos.

A lei ainda estabeleceu que estabelecimentos públicos e privados do município são obrigados a inserir nas placas de atendimento prioritário o símbolo mundial do autismo. O vereador questionou se a lei, de sua autoria, está sendo cumprida. Ele ainda advertiu que no dia devem ser realizadas ações de conscientização sobre o autismo.

“Todos devem ser tratados como seres humanos”, disse o vereador, que parabenizou ao governo Herzem por dar importância para essa questão e finalizou afirmando que nenhum ser humano deve ser tratado de forma desigual, todos merecem respeito e todos precisam ter mais amor pelo próximo e deixar de rancor.