CONQUISTA | Secretário de Administração despreza números oficias e diz que situação da Covid-19 está sob controle no município

Em entrevista ao programa Redação Mega, apresentado por Paulo Martins, Joabson Silva e Daniel Morais, o secretário Municipal de Administração e membro do Comitê de Gestão de Crise, Kairan Rocha,  fez um balanço sobre os dados da Covid-19 em Vitória da Conquista.

Ele sustentou que a situação está sob controle e voltou a culpar o “turismo” no feriadão de 7 de setembro pelo aumento de casos da doença. Na primeira vez em que fez tal declaração, Rocha foi bombardeado nas redes sociais, principalmente por parentes de vítimas da Covid-19.

Os números oficiais da Prefeitura mostram exatamente o contrário, com o avanço da Covid-19 e o crescente número de casos suspeitos e de mortos. Em sete meses de notificações, a Secretaria Municipal de Saúde registrou 7.629 casos confirmados da Covid-19. 

Deste total, 7.055 pessoas já estão recuperadas, 435 ainda seguem em processo de recuperação (31 internados e 404 em tratamento domiciliar) e 139 pacientes evoluíram para óbito por complicações causadas pela doença.

Ainda aguardam por classificação final 5.673 pacientes notificados com suspeita de Síndrome Gripal/Covid-19, sendo que 4.459 deles esperam pela investigação laboratorial e 1.214 estão aguardando pelo resultado do exame RT-PCR (as amostras foram encaminhadas para análise no Lacen Municipal e Estadual).

Em sua fala, Kairan ignorou a flexibilização pro meio de decretos do prefeito Herzem Gusmão (MDB) e preferiu creditar aos turistas nos feriadões o aumento do número de casos no município durante as últimas semanas.

“Dentro do nosso município, pelo o que nós monitoramos, a gente entendeu que agosto foi o pico da doença no nosso município e isso nós conseguimos comprovar com nossos números, mas quando vimos um comportamento que aconteceu no Brasil como um todo, que foi o fenômeno do nosso feriado de 7 de setembro, onde muitas pessoas viajaram, onde as pessoas flexibilizaram um pouco mais nesse isolamento a gente internamente entendeu que isso poderia trazer um momento ou um possível descontrole dos números da doença em nosso município, como em outros locais do país. Então, a gente vem monitorando isso, realmente pelo ciclo da doença nesses 15 dias a gente percebeu, principalmente na semana passada, e era algo que a gente já esperava. (…) Na semana passada, os números cresceram de forma significativa, mas não preocupante”, disse ele.

O secretário, que não possui conhecimento na área de saúde, desprezou os números oficiais dos boletins diários e continuou batendo na tecla da “regressão gradativa desses números” o que, ainda de acordo com ele, “possibilita uma situação dentro do controle”.

“A gente vinha com um ritmo de transmissão até a segunda semana de setembro (…) que estava com 0.78 na semana passada, que seria quando a gente sentiria os reflexos do 7 de setembro esse ritmo de transmissão foi para 1.10, então nós temos um aumento de quase 100%. (…) se esse ritmo de transmissão continuasse subindo por duas, três semanas seguidas, isso traria um cenário de possível descontrole no nosso município. Já no balanço que fizemos nessas últimas semanas, o ritmo de transmissão regrediu um pouco (…) de 1.10 desceu para 1”, esclarece.


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