CONQUISTA | Protestos pela educação tomam as ruas centrais do município

Estudantes, professores e sindicalistas de Vitória da Conquista lotaram as ruas centrais da cidade no segundo dia de protestos unificados pelo país contra os cortes anunciados pelo governo federal.
A concentração aconteceu nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, 30, na praça Joaquim Correia, proximidades da Prefeitura.

Os manifestantes exibiam faixas, cartazes e se revezam em discursos num carro de som. Os primeiros atos ocorreram em 15 de maio, quando ao menos 222 cidades dos 26 estados e do Distrito Federal tiveram protestos em favor da educação. Vitória da Conquista também esteve presente no  primeiro ato.

Depois de atos na Joaquim Coreia, os manifestantes seguiram pelo centro, entoando palavras de ordem e distribuindo panfletos. Nos cartazes e faixas, frases como “Sem investimento não haverá conhecimento” e “A educação resiste” se destacavam.

Em nota à imprensa, Sérgio Barroso, diretor de Comunicação da Associação dos Docentes da Uesb (Adusb), entidade em greve desde o dia 9 de abril, se manifestou sobre o movimento. “Estamos na rua para denunciar que os cortes na educação também acontecem na Bahia. Rui Costa critica a postura do governo federal, mas faz o mesmo tipo de política por aqui. Nos últimos dois anos R$ 110 milhões deixaram de chegar nas Universidades Estaduais, prejudicando o funcionamento e o serviço que prestamos à população”.

Segundo ele, esse evento nessa quinta-feira “é também uma preparação para a Greve Geral, convocada feita pelas centrais sindicais, para o dia 14 de junho. O objetivo da paralisação é de barrar a Reforma da Previdência (PEC 06/2019), que tramita da Câmara dos Deputados”. De acordo com os sindicatos, a reforma aumentará a idade mínima e o tempo de contribuição, com redução do valor dos benefícios, o que dificultará o acesso à aposentadoria no Brasil.

Entenda os cortes na educação

Em decreto de março que bloqueou R$ 29 bilhões do Orçamento 2019, o governo federal contingenciou R$ 5,1 bilhões da educação


Dos R$ 5,8 bilhões cortados, R$ 1,704 bilhão recai sobre o ensino superior federal


Em maio, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informou sobre a suspensão da concessão de bolsas de mestrado e doutorado


Os cortes e a suspensão motivaram os protestos de 15 de maio


Após os atos, o governo disse que liberaria mais recursos para a educação, mas manteve o corte anunciado em março


Nesta quinta, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos recomendou que o governo reveja os bloqueios


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