A Prefeitura de Vitória da Conquista deu início a uma operação emergencial para atender a população do distrito de Bate-Pé, que enfrenta o desabastecimento de água há cerca de três meses. O abastecimento, de responsabilidade da Empresa Baiana de Saneamento e Águas (Embasa), foi interrompido durante a execução das obras na estrada que liga Pradoso a Bate-Pé, realizadas pelo Governo Estadual.
Somente no povoado de São Joaquim, localizado às margens da estrada, cerca de 38 famílias buscaram apoio no Posto Avançado de Atendimento ao Cidadão (PAAC/Subprefeitura de Bate-Pé) para suprir suas necessidades básicas de água. Atendendo a solicitação, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural (SMDR) disponibilizou um de seus carros-pipa para fornecer a água diariamente ao povoado. Na tarde desta quinta-feira (13), mais 19 famílias da localidade foram atendidas.
Neuza Oliveira, moradora do povoado de Bate-Pé, relatou que o abastecimento de água já era irregular antes mesmo das obras, mas a situação se agravou com o início das intervenções na estrada, no final do ano passado. “Antes da estrada, a água faltava a cada cinco dias. Agora, não temos mais água. Tiraram registros e os canos estão quebrados. Estamos passando muita necessidade”, desabafou Neuza.
Neuza também mostrou contas de água pagas em dia, ressaltando que a responsabilidade de abastecimento pela Embasa não vem sendo cumprido. “É um sacrifício enorme. Aqui faz calor, e sem água fica difícil para tomar banho e cozinhar. Temos crianças que precisam ir para a escola”, lamentou a moradora.
Outra moradora, Rosânia Pereira, falou da dificuldade de compartilhar o pouco recurso hídrico disponível com sua família, que inclui idosos e um recém-nascido. “Estamos há três meses sem água. O carro-pipa da Prefeitura está ajudando, mas precisamos que a Embasa retorne o abastecimento”, pediu Rosânia.
A operação emergencial da Prefeitura visa mitigar os efeitos da crise de desabastecimento em Bate-Pé, e garantir que a população de uma das regiões mais áridas do território municipal tenha acesso à água potável o mais rápido possível. A esperança é que, através do apoio do governo municipal, o serviço seja normalizado aliviando as dificuldades enfrentadas pelos moradores.
O coordenador do PAAC/Subprefeitura de Bate-Pé, Augusto Cardoso, explicou que a Prefeitura decidiu agir imediatamente após os inúmeros apelos da comunidade. “Sensibilizados pelo clamor dessas pessoas com relação à falta de água, tivemos uma conversa com a prefeita Sheila Lemos e com o secretário de Desenvolvimento Rural, Breno Faria, onde explanei a eles a situação e prontamente foi disponibilizado um carro-pipa”, salientou Augusto.
Ele também enfatizou que os órgãos da Prefeitura ligados às comunidades rurais estão comprometidos em pressionar e cobrar para que a situação seja resolvida rapidamente. “A Embasa deve fornecer 6 metros cúbicos de água a cada usuário mensalmente. Eles têm o direito de cobrar, mas também têm a obrigação de fornecer essa quantidade”, ressaltou o coordenador.
