CONQUISTA | Prefeitura prevê gastar R$ 1,6 milhão com o Carlos Jehovah e zero com Cine Madrigal

Cresce em Vitória da Conquista um movimento por revitalização de três imóveis associados à cultura que poderiam estar servindo à comunidade artística e à sociedade em geral, mas estão fechados há anos, sem um resposta objetiva do poder público: a Casa de Glauber Rocha, o Teatro Carlos Jehovah e o Cine Madrigal.

A casa em que nasceu e viveu até os nove anos de idade o cineasta Glauber Rocha (1939-1981), vencedor do prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes, com o filme ‘O dragão da maldade contra o santo guerreiro‘, fica na histórica Rua 2 de Julho e foi adquirida pela Prefeitura por meio de uma permuta, no começo da gestão anterior da prefeita Sheila Lemos, depois de uma negociação iniciada em 2015. Mas o imóvel permanece fechado e sem utilização.

Segundo o Quadro de Detalhamento de Despesas (QDD) da Secretaria de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer (Sectel) para este ano, estão previstos gastos de R$ 35.200,00 para o projeto Casa Glauber, sendo apenas R$ 100,00 para obras e instalações, o que se trata, obviamente, apenas de uma filigrana contábil.

Para a Casa Régis Pacheco estão previstas despesas de R$ 665,1 mil (R$ 100,00 para obras e instalações); biblioteca municipal: R$ 110 mil para manutenção e funcionamento; e para o Teatro Carlos Jehovah tem R$ 1.643.844,49 separado, sendo R$ 1.000.000,00 para reforma.

O mesmo QDD, publicado quinta-feira (9) no Diário Oficial do Município (DOM), detalha as despesas com os demais equipamentos da Cultura, como a Praça Ceus: R$ 375 mil (não inclui obras e instalações); biblioteca municipal: R$ 110 mil para manutenção e funcionamento, e Conservatório Municipal: R$ 163 mil.

O Cine Madrigal não aparece. O equipamento está na alçada da Secretaria Municipal de Educação (Smed), já que foi comprado para ser um espaço de atividades pedagógicas, projeto que, depois de uma década, não foi realizado. Na verdade, não foi nem elaborado. Como a comunidade artística reivindica o espaço, o BLOG sugere que a solução pode ser uma permuta.

Desde 2014, quando o prefeito Guilherme Menezes passou a gestão do projeto do Cine Madrigal para a Secretaria Municipal de Educação, está mais claro que o órgão não tem a sua reforma como prioridade, porque não é essencial às suas atividades. Já a Secretaria de Cultura sente falta de um local com a sua gigantesca sala de exibição, palco e outros espaços disponíveis.

Por sua vez, ainda que exista a relação de livros com cultura, dado que a literatura é uma linguagem cultural, o espaço biblioteca guarda relação e tem importância significativa para a educação, sendo requisitado por estudantes e professores para atividades lúdicas, mas também de pesquisa e estudo. Contudo, em Vitória da Conquista o setor que gere a Biblioteca Municipal Sá Barreto é a Secretaria de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer (Sectel).

Se a Secretaria de Educação cuidar da biblioteca e a de Cultura assumir o projeto do Madrigal, há muito mais chance de a reforma e aproveitamento do espaço do antigo cinema acontecerem, por mera questão de identificação, pertencimento e prioridade. | Blog de Giorlando Lima.


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