SUDOESTE DIGITAL (Da redação) – De repente os anúncios promocionais que ofereciam carne de primeira a R$22,99 sumiram dos açougues e supermercados de Conquista, dando lugar ao temido aviso do vendedor: “É, freguês, a carne subiu um pouco. Agora é R$33 o quilo”. O preço é relativo ao contra-filé.
Para muitos, reflexos da alta do dólar, que insiste na casa acima dos R$4,00; para outros, a insaciável fome dos importadores chineses, que adquiriram boa parte do estoque nacional e fez o preço disparar, indo às nuvens e ameaçando o tradicional churrasco.
Nem tudo está perdido. Por enquanto. Segundo o açougueiro Manoel Novaes, ainda tem carne barata, mas por pouco tempo. Continue lendo: https://liberal.com.br/cidades/americana/em-disparada-preco-da-carne-deve-subir-ainda-mais-1111544/ – Sede por notícias? Assine O Liberal. Também estamos no Facebook, siga: /Grupoliberal
“Os fregueses mais antigos, que compram um volume maior, a gente pode dar desconto para garantir a fidelidade”, diz. “Mas a gente não pode segurar o preço antigo por muito tempo, porque senão a quebradeira chega e tem que ajustar, seja demitindo ou reduzindo as despesas “.
De acordo com alguns gerentes consultados, os
supermercados não têm repassado todo o
aumento, mas em breve os preços vão
subir mais e o reflexo será observado
principalmente nos cortes de segunda.
Por
enquanto, nos mercados a alta mais
significativa tem sido nas carnes de
primeira, arma. “Contra-ralé estava sendo
ofertado na faixa de R$ 18,90, R$ 19,90,
hoje está na casa dos R$ 33”, completa.
Em uma casa de carnes no Bairro Brasil, o
acém, que era vendido a R$ 13,90 ou até
por R$ 12,90 na promoção, chegou a R$
19,90, conta o gerente Ivaldo Santana. “É bem provável que essa semana já
repasse o preço de novo. Não tem como
[segurar]”, afirma.
Em um açougue na feira do mesmo bairro a carne já subiu seis vezes neste
mês.
A escassez de animais para abate e as incertezas do mercado podem representar novos aumentos até o segundo semestre de dezembro. Em meio a alternativas, como carne mais em conta, frango, porco ou peixe e até a estrela do momento: 40 ovos por R$10,00, os memes já começam a aparecer.
A arroba do boi em Itapetinga deve fechar a semana em R$190,00, mas a perspectiva é abrir a próxima vendida por até R$ 240,00, enquanto que no estado de São Paulo, a deve chegar a R$ 280,00.
Na semana passada o preço da arroba do boi gordo no estado de São Paulo já havia atingido R$ 228,80, novo recorde histórico, após registrar alta de 0,62%, segundo o indicador Esalq/B3.
No mês, o preço acumula alta de 34,04%, com a maior demanda da China,
uma oferta restrita de animais prontos para abate e o mercado contando
com avanço na demanda interna.
A fome chinesa para preencher o buraco deixado pela peste suína africana na
criação de porcos já é sentida setorialmente nos índices de inflação no Brasil
e ainda pressiona margens da maior parte dos frigoríficos do país.
Além da forte demanda da China após novas habilitações de indústrias de
bovinos pelos chineses, o dólar em máximas históricas frente ao real
também favorece as exportações, de acordo com integrantes da indústria.
