CONQUISTA – Famílias ocupam Prefeitura após demolição de barracos na Serra do Periperi

Foto: Jussara Novais/Sudoeste Digital


Parte das 100 famílias que
tiveram os barracos derrubados a mando da Prefeitura de Vitória da Conquista
(509 km de Salvador), na madrugada deste sábado, 18, em uma área de preservação
localizada na Serra do Piripiri, ocupou as dependências do prédio
administrativo na manhã desta segunda-feira, 20.  

Os manifestantes alegaram
que o protesto teve caráter pacífico, apenas com a intenção de cobrar uma resposta do prefeito Herzem
Gusmão.
Nós chegamos lá há oito
meses e somente agora é que vieram nos atacar com essa ação absurda”, desabafou
o servente de pedreiro, que se identificou como Vanderlei Santana.

Em meio aos
desalojados, mulheres grávidas, outras com outras crianças de colo, desempregados
e adolescentes. Durante o ato, na Prefeitura, s
eguranças impediram
que algumas pessoas acompanhassem o grupo.

Diante da repercussão
negativa causada pela demolição dos barracos, que desabrigou as famílias com as
suas crianças, a Prefeitura emitiu uma nota, sustentando que “a ocupação é irregular, pois está em uma área que
pertence ao poder público municipal, e orienta que a população não faça
investimentos nesse tipo de espaço”.

Leia na íntegra:
A Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria
de Infraestrutura, informa que as casas foram construídas de forma ilegal em
uma área pública, protegida por lei, cabendo ao município cumprir a legislação
e desocupar essas áreas.
A Prefeitura informa ainda que as ações irão continuar de modo a
garantir a proteção das áreas públicas, que não pertencem a governo ou a
pessoas particulares, mas sim ao patrimônio do município.

A Secretaria de Infraestrutura orienta os moradores a não fazerem
investimentos nessas localidades e a procurar informações na Secretaria antes
de iniciar qualquer construção, a fim de evitar transtornos maiores e a perda
dos valores empregados na obra.


Marcelino Galo condena derrubada de casas em Vitória da Conquista

De acordo com relato de moradores do bairro Zabelê, prepostos do poder público municipal chegaram ao local com máquinas por volta das 4h30 sem estabelecer qualquer tipo de diálogo

O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado Marcelino Galo (PT), condenou a derrubada de pelo menos 100 barracos, localizados na Cidade Maravilhosa, em Vitória da Conquista, pela prefeitura, na madrugada do sábado (18).

De acordo com relato de moradores do bairro Zabelê, prepostos do poder público municipal chegaram ao local com máquinas por volta das 4h30 sem estabelecer qualquer tipo de diálogo.
O terreno ocupado por eles há oito meses, na Serra do Piripiri, pertencia ao município. Galo considerou a medida “vergonhosa” e que a ação confirma que a atual gestão, liderada pelo prefeito Herzem Gusmão (PMDB), não tem sensibilidade social, nem políticas públicas voltadas ao desenvolvimento inclusivo do município.

“Nesses quase 100 dias eles só tem perseguido os mais pobres, prejudicado trabalhadores do campo e da cidade. As queixas são constantes. Se fosse numa área nobre, ocupada por ricos, certamente não chegariam de madrugada, não teriam a mesma atitude. É um governo desastroso, que persegue quem mais precisa, e que envergonha, portanto, Vitória da Conquista”, afirmou o parlamentar, ao considerar que “a prefeitura tem responsabilidade sobre o que acontecer com as 100 famílias desabrigadas. (Tribuna da Bahia)

Foto: reprodução/TV Sudoeste

No final da manhã a Prefeitura convocou entrevista coletiva para esclarecer a ação realizada no último fim de semana que resultou na demolição de barracos no Alto da Serra do Piripiri.


Participaram da entrevista os secretários municipais de comunicação, serviços públicos  e mobilidade urbana, respectivamente André Ferrado, Esmeraldino Correia e José Antônio, além do vereador líder do prefeito na Câmara, Luis Carlos Dudé.


Durante a entrevista, os chefes das pastas revelaram que as famílias foram notificadas desde novembro de 2016, ou seja, pela antiga gestão, e revelaram que o espaço funcionava como um loteamento de terras comercializando, sendo que trata-se de uma área pública. (Rodrigo Ferraz)


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