CONQUISTA || Empresários e pecuaristas estão em “lista suja” do trabalho escravo

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A nova “lista suja” do trabalho escravo, divulgada hoje, dia 3, pelo Ministério da Economia, traz 48 novos empregadores. Com as novas inclusões, a “lista suja” totaliza 187 empregadores flagrados com a exploração de mão de obra análoga à escravidão. Veja a lista completa.
Em Vitória da Conquista, a “lista suja” cita o pecuarista Haroldo Gusmão Cunha , dono da Fazenda Rancho Fundo, região do Capinal, com 5 trabalhadores flagrados em condições análogas à escravidão. O ano da ação fiscal foi 2016.

Ainda em Conquista, a fazendeira Maria Elena Martins, da Fazenda Marília, povoado Matinha, distrito de Inhobim, foi alcançada pela fiscalização com uma pessoa em situação irregular.

No município de Presidente Jânio Quadros, o pecuarista João das Graças Dias, da Fazenda Lagoa do Severiano, foi incluído na lista por causa de um empregado irregular, em fiscalização ocorrida também em 2016.

No sul da Bahia, a empresária Márcia Nascimento Dias, da Fazenda Eldorado, distrito de Vila Brasil, em Una, mantinha três pessoas em condições idênticas. A inclusão do seu nome ocorreu este ano.

O promotor de eventos, Marcos José Souza Lima, do Rodeio 100 limites, em São José do Jacuípe, tinha 9 empregados em situação irregular. A Passos 3 Construções e Serviços LTDA, por sua vez, mantinha 5 homens em obras de manutenção predial no Porto de Ilhéus e Alojamento para trabalhadores situado na Rua Rotary, Cidade Nova, Ilhéus.

OUTROS BAIANOS NA LISTA

Sandiney Ferreira de Souza – Fazenda Prazeres – Distrito de Monte Alegre, zona rural, Riachão das Neves – 6 funcionários.

São Miguel Construções Ltda – Canteiro de obras do Centro Esportivo Unificado, Bairro N. Senhora da Vitória, Ilhéus – 9 funcionários.

Soebe Construção e Pavimentação S. A. – Alojamento Estrada de Rainha e Alojamento Rua da Lama, Salvador – 10 funcionários.

Ainda na Bahia constam a Associação Comunitária Cultural e Recreativa do Distrito Stela Dubois, onde foram flagrados 6 trabalhadores envolvidos na obra de construção de casas populares – Assentamento Vila PA, região do Beira Rio, zona rural de Santa Rita de Cássia; C.S. O. Engenharia Ltda, na  obra Parque dos Coqueiros, em Feira de Santana, com 24 trabalhadores e

PELO BRASIL

A Animale, marca de roupas de luxo que subcontratou costureiros imigrantes bolivianos e os submeteu a jornadas de mais de 12 horas por dia passa a integrar o cadastro. Os dez trabalhadores resgatados dormiam nas oficinas, dividindo o espaço com baratas e instalações elétricas com risco de incêndio.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Animale e com o CEO da marca, Roberto Jatahy, pedindo um posicionamento, mas não teve retorno. Essa é a primeira “lista suja” do trabalho escravo divulgada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro.

Outro novo integrante da “lista suja” é o produtor da Fazenda Cedro II, Helvécio Sebastião Batista, do Triângulo Mineiro, que comercializa o Café Fazenda Cedro. A marca ostenta selos de boas práticas de certificadoras internacionais. Uma delas, a Rainforest Alliance, informou à Repórter Brasil que suspenderá a certificação.

Em fiscalização ocorrida em julho de 2018, os auditores-fiscais do trabalho encontraram na fazenda seis trabalhadores com jornadas exaustivas que iam, em alguns casos, de 6h até 23h, além de condições de higiene consideradas degradantes nos alojamentos.

O que é a lista 

A “lista suja” é uma base de dados criada pelo governo federal em novembro de 2003. O cadastro expõe casos em que houve resgate de pessoas em condições consideradas análogas à escravidão. As 48 empresas que entraram na atual “lista suja” foram fiscalizadas entre 2014 e 2018.

Antes de serem incluídos no cadastro, empregadores têm direito de se defenderem em duas instâncias administrativas do extinto Ministério do Trabalho, agora submetido ao Ministério da Economia Os empregadores envolvidos permanecem por dois anos na relação. Caso façam um acordo com o governo, o nome fica em uma “lista de observação” e pode sair depois de um ano, se os compromissos foram cumpridos.


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