CONQUISTA | Eleições do Sindicato dos Rodoviários vão parar na Justiça

O índice de 94% nas urnas pode complicar ainda mais situação do sindicalista Álvaro Souza.

ENTENDA O CASO:

Rodoviários inconformados, e não de agora, irão formar comissão, com apoio de advogados para impugnar na justiça a eleição que ocorreu em chapa única, com publicação em cima da hora. Não bastassem as eleições realizadas em pós-feriado, combinado com festividades pagas pelo sindicato dias antes das urnas, tudo soando como evento de campanha ou pavimentando a eleição.

OS RODOVIÁRIOS IRÃO ARGUMENTAR MANOBRAS NA JUSTIÇA

A data das eleições  do Sindicato dos Rodoviários, por meio do estatuto da categoria ou da instituição denominada Sintravc, deve ocorrer a cada triênio e sempre no mês de outubro.

Estranhamente o então presidente Álvaro fez uma manobra ao tentar antecipar as eleições de outubro para maio de 2019. Segundo os rodoviários essa manobra mirava dois objetivos:

👉 Primeiro: fazer uma eleição em meio ao caos, já que naquela ocasião imperava o clima de tensão quando a Viação Cidade Verde deixava de operar o lote 1 emergencial. Em meio à crise das demissões, Álvaro imaginava que teria um ambiente perfeito para garantir sua reeleições sem correr nenhum perigo.

👉 Segundo: Em maio do ano passado Álvaro não estava confortável para falar de aumento de salários, greves, etc. – até porque nada fez pelo sistema. Somado a tudo isso, quem iria iniciar as operações do lote 1 no lugar da Viação Cidade Verde seria a própria Prefeitura com frota alugada da empresa Viação Rosa. Na visão dos rodoviários, Álvaro se subordina a ela como se subordinava à Viação Vitória.

De modo que, ao chegar em outubro de 2019, que finalmente seria o mês das eleições, Álvaro novamente tentou inverter a pauta. Agora ele tentava tratar dos salários, que seria em maio, ignorando as eleições. Como as eleições não deram certo em outubro, novamente a questão salarial ficou adormecida, vindo à tona somente em dezembro.

Ou seja, Álvaro tentou de toda sorte garantir sua reeleição, misturando aumento de salário com eleição para angariar votos. Tanto é verdade que ele só colocou as eleições em marcha após a Viação Rosa repassar as perdas salarias.

Algo bem diferente do que Álvaro vende como se houvesse aumento, quando na verdade houvera repasse de parte das perdas, e ainda assim sem o retroativo e reflexos a maio.

Para os rodoviários, a forma como Álvaro vem tratando os assuntos sindicais, de sua relação com as empresas e de seu envolvimento com políticos, tem demostrado que ele se perdeu na causa sindical.

Agora muito mais evidente quando Álvaro faz esta eleição, no jargão, dos choferes, na “marreta”, ficando evidente que ele jamais teve um plano de trabalho sindical e sim sempre ambicionou seu plano de poder próprio tentando usar o Sintravc e os rodoviários para colocá-lo como vereador, ou seja, poder pelo poder próprio.

Com este pensamento de que Álvaro se apropria do sindicato é que a categoria, somará forças, congregando  todas as empresas de ônibus, tais como: Gontijo, Novo Horizonte, Camurujipe, Viação Itapemirim, Rota, Águia Branca, Guanabara, Viação Cidade Verde, entre outras para buscar socorro na Justiça.

Para os rodoviários, a gestão dele só acumulou perdas e retrocessos à categoria, onde os profissionais do volante assistem o sistema de transporte público acabar com Álvaro, ainda fazendo defesa de transporte clandestino, justo esse que tirou dos rodoviários condições melhores de ganhos.

Com o sistema de transporte público falindo, Álvaro não foi capaz de fazer uma única movimentação no sentido de salvar o sistema.

Álvaro permitiu que a Viação Vitória explorasse a mão-de-obra dos funcionários por três meses, sem salários. Quando a Viação Vitória fechou definitivamente as portas, ele dificultou a vida dos desempregados, impedindo que fossem absorvidos pela Viação Cidade Verde.

Não bastassem os martírios vividos pelos ex-funcionários da Viação Vitória, ele também assistiu a categoria se transformar em pedintes. Desempregados que buscavam auxílio na porta da garagem daquela empresa e no Terminal da “Lauro de Freitas” se viram vivendo de donativos, debaixo dos olhos do presidente, que desaparecia de cena.

Sequer a Viação Vitória havia depositado o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), assunto que precisou ser denunciado pelo vereador Professor Cori, ao revelar que o último depósito ocorrera em abril de 2014. Toda a categoria ficou perplexa, sem salários e até sem rescisões.

Enquanto isso Álvaro exterminava em todas as empresas o prêmio de férias, que era conquista de décadas.

Na Viação Novo Horizonte, o ano de 2019 foi uma tragédia aos rodoviários: três anos sem aumento. Quando o aumento finalmente chegou, Álvaro não cobrou a diferença sobre os anos passados e tão pouco sobre as verbas rescisórias dos que  já haviam sido demitidos.

Estranhamente os rodoviários da Novo Horizonte também se viram sem sua conquista do prêmio de férias. A bem da verdade, sequer aumento os funcionários da Novo Horizonte tiveram. O máximo que conseguiram foi, também, parte da reposição das perdas salariais. Negociações pífias na visão da categoria.

ÁLVARO ELEITO COM 94% DE APROVAÇÃO? 

👉 Pela soma dos desabafos, de fato fica no ar dúvidas que precisarão do socorro da Justiça.

👉 Por que as tentativas em realizar as eleições fora de época ou em maio?

👉 Por que não fez as eleições em outubro, conforme regimento ou estatuto da instituição?

👉 Por que tanto em maio quanto agora as eleições se deram com chapa única?

👉 Por que tanto em maio quanto no presente as eleições ocorreram em cima da hora?

É de se observar que  todos os contornos ou “manobras” evitaram a data de outubro para as eleições. Tentou-se em maio e agora fazendo as eleições em janeiro. Como que se Álvaro dependesse de forças externas para ver o melhor momento para colocar em marcha as eleições – e sempre com chapa única.

A bem da verdade, ele já estava sem mandato por meses e ainda assim continuou usando a estrutura do Sintravc para por em marcha as eleições do modo que ele bem desejou – argumentam os rodoviários.

Segundo os rodoviários e a história que foi escrita por todos estes longos seis anos, não é uma “estória” desse ou daquele argumento de oposição. Tratam-se de fatos e dados, história experimentada por homens e mulheres que trabalharam e trabalham em ônibus. De modo que na soma, soa estranho que rodoviários votariam em massa na permanência de Álvaro no comando do Sindicato.

Agora é aguardar o exame da Justiça e a força dos rodoviários.

RELEMBRE O QUE JÁ FOI NOTÍCIA SOBRE O ASSUNTO:

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