CONQUISTA | Decreto de Herzem que concede adicional de 40% a servidores que estão no atendimento a pacientes com covid-19 contempla menos de 5% da categoria

Mais de 90% dos médicos na linha de frente contra a Covid-19 não ...

Os servidores municipais lotados na área da saúde em Vitória da Conquista, a 509 km de Salvador, protestaram nas redes sociais contra a exclusão da maioria da categoria no Decreto Municipal 20.400, que concede adicional de insalubridade em grau máximo (40% sobre o salário base) para servidores que estejam prestando serviços de atendimento a pacientes suspeitos ou portadores do coronavírus.

Em postagem em sua rede social, o próprio prefeito Herzem Gusmão (MDB) deixa claro que nem todos serão contemplados. “A ação beneficia diretamente servidores do SAMU 192 e Centro Municipal Covid-19”, sustenta.

A exclusão provocou uma onda de protestos da categoria profissional da área da saúde. A internauta Maria Freitas defende que todos os servidores da saúde devem receber. “Todos estão expostos e tem muitos adoecendo. Seja justo”, escreveu, em recado direto ao prefeito.

Outra servidora, que usa o perfil @ajanecleia, marcou o prefeito Herzem Gusmão em seu post. “A gente que trabalha nas unidades de saúde estamos sim, na linha de frente. Nem suporte temos e ainda temos que ouvir piadas. Não estou desmerecendo o trabalho de ninguém, mas a gestão deveria rever porque estamos,sim, na linha de frente”.

A linha de frente: trabalhadores da saúde contra a covid-19 em ...

Ainda na postagem, a servidora desabafa: “Correndo risco como qualquer outro trabalhador, por isso devemos receber os 40% da insalubridade. revoltante”, conclui.

Já a agente comunitária Lucimar Oliveira lembra que eles são os primeiros a ter contato com os infectados pela Covid-19. “Então, nós não estamos na linha de frente?”, indaga.

Andressa Lacerda pergunta o que será feito com os profissionais de farmácia que atendem os pacientes com covid. A categoria também ficou fora do reajuste de 40% de insalubridade. “Os trabalhadores das unidades hospitalares, em especial o hospital Municipal Esaú Matos, também prestam assistência a pacientes com Covid -19, e precisam ser reconhecidos com este beneficio”, emendou outra servidora, Giselly Oliveira.

Para outra servidora, Enélia Almeida, embora os profissionais a serem beneficiados serem merecedores,  todos os demais estão na mesma situação. “Nós, agentes de comunitários de saúde que estamos na casa de “dona Maria” e “seu João” somos os primeiros a ter contato com esses pacientes. Somos nós que encaminhamos eles para uma unidade de saúde, somos nós que monitoramos esses pacientes, batendo de porta em porta para saber se estão bem”.

Revolta também da servidora Ivane Lima. “Fico cada vez mais indignada com esse prefeito. Será que não perceberam que os postos de saúde (estão) superlotados e a maioria dos funcionários sendo contaminados não merecem a devida atenção também?”.

“Conheço vários funcionários do Esaú Matos que contraíram o vírus e levaram ainda para a família.
Por que não conceder essa insalubridade para todos da Saúde?”, pergunta Veraildes Lopes.

A vereadora Viviane Sampaio (PT) ironizou a medida, que contempla menos de 5% dos profissionais de saúde, deixando de fora a atenção básica. “O prefeito Herzem Gusmão não acerta uma! Ele assinou um decreto que concede adicional de insalubridade apenas aos servidores do SAMU 192 e do Centro de Atenção à Covid-19”.

A parlamentar diz que esses servidores estão na linha de frente do combate à pandemia, mas que não são apenas eles. “Todos os profissionais da Atenção Básica deveriam ser contemplados, foi justamente isso que solicitamos no dia 25 de abril. Nosso requerimento foi aprovado por todos os colegas vereadores e encaminhado para o prefeito, que ignorou o nosso pedido. Agora, os profissionais da saúde do município estão protestando e cobrando ao prefeito que ele seja mais justo em suas decisões”, enfatizou. A Prefeitura ainda não se manifestou sobre a reação negativa dos profissionais excluídos no decreto.


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