CONQUISTA | Comércio de máscaras caseiras invade ruas e alamedas

SUDOESTE DIGITAL (Conteúdo) – Para proteger você e sua família, o Ministério da Saúde orienta a produção de modelos simples, de pano, que também funcionam como barreiras na propagação da doença.

Seguindo a dica, dezenas de conquistenses lotaram as ruas e alamedas centrais da cidade e também nos bairros oferecendo o produto, produzido em casa. Por conta da produção elevada a cidade já experimenta desabastecimento de produtos para confecção de máscaras.

“Uma custa R$3,50 e três são R$10,00”, oferece o ambulante Jorge Nogueira Almeida, na Alameda Lima Guerra, centro comercial de Conquista. Todas são produzidas em TNT. “Graças a Deus é uma renda extra. Eu estava desempregado e vi essa oportunidade de levar o pão pra casa”, agradece.

Mais adiante, uma aglomeração em torno e ambulantes revela que a procura pelas máscaras caseiras tem crescido nos últimos dias. Elas são comercializadas em meio a acessórios para celular  outras bugigangas. Com a oferta crescente já e possível encontrar máscaras a R$1,00 (em pacote com 10 unidades).

A maior procura acontece entre 8 e meio-dia, coincidindo com o maior movimento de atendimento em lotéricas e agências bancárias. “Tem para adultos e para crianças”, oferece um vendedor, exibindo até mascaras com imagens de personagens dos desenhos animados. Chamou a atenção de quem passava.

“Comprei algumas e vou levar pra todo mundo lá em casa”, explica a professora Laís Miranda Santos, que reside em Planalto. “A gente não encontra mais nas farmácias, então o jeito é comprar na rua, mesmo sabendo que pode não ser tão segura”, intervém a comerciária Edna Vieira, enquanto aguardava o ônibus urbano.

Desde o início da pandemia provocada pelo coronavírus, uma corrida mundial em busca de máscaras de proteção fez com que elas sumissem das prateleiras. Isso fez com que o mercado da costura ficasse aquecido. “Somos quatro costureiras, mais duas para fazer revisão e embalar e duas pessoas para entregar”, conta a empresária Kakau Gusmão, que divulga seus produtos nas redes sociais.

O Ministério da Saúde do Brasil lançou uma campanha digital pela mobilização da população para fabricar as próprias máscaras de pano.

Para ser eficiente como uma barreira física, a máscara caseira precisa seguir algumas especificações, que são simples. É preciso que a máscara tenha pelo menos duas camadas de pano, ou seja dupla face. E mais uma informação importante: ela é individual.

Não pode ser dividida com ninguém. As máscaras caseiras podem ser feitas em tecido de algodão, tricoline, TNT ou outros tecidos, desde que desenhadas e higienizadas corretamente. O importante é que a máscara seja feita nas medidas corretas cobrindo totalmente a boca e nariz e que estejam bem ajustadas ao rosto, sem deixar espaços nas laterais.

“Você pode fazer uma máscara ‘barreira’ usando um tecido grosso, com duas faces. Não precisa de especificações técnicas. Ela faz uma barreira tão boa quanto as outras máscaras. A diferença é que ela tem que ser lavada pelo próprio indivíduo para que se possa manter o autocuidado. Se ficar úmida, tem que ser trocada. Pode lavar com sabão ou água sanitária, deixando de molho por cerca de 20 minutos. E nunca compartilhar, porque o uso é individual”, explica o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

“Máscaras de pano para uso comunitário funcionam muito bem e não são caras de fazer. Porque, agora, é lutar com as armas que a gente tem. Não adianta a gente lamentar que a China não está produzindo. Vamos ter que criar as nossas armas, e elas serão aquelas que nós tivermos”, completou Mandetta.


COMPARTILHAR